Duas caras: o que falamos e o que fazemos
Participando certa vez de uma reunião entre empresários, escutei algo que me faz pensar até hoje. Eu, na época responsável pelo departamento de marketing de uma grande empresa, fui com a ideia clara de que seria mais uma reunião com assuntos básicos, como vendas, despesas, estratégias e funcionários.
Realmente isso aconteceu. Mas já no final, um senhor no auge de seus 60 anos, lança uma pergunta que fez todos os poderosos participantes pensarem.
Não lembro exatamente como era, mas a mensagem era esta: de que adianta gastarmos tudo que gastamos se as pessoas que trabalham para nós têm duas atitudes diferentes: o que falam e o que realmente fazem.
Exemplos. Você já deve ter conhecido pessoas que vivem repetindo que dinheiro não aceita desaforo, e ao mesmo tempo, gastam fortunas com inutilidades. Ou que repetem mantras lido em auto ajuda que não levaremos nada de material desta vida, mas sempre nos “lembram” daquele empréstimo ou daquela ajuda. O famoso “jogar na cara”. Pessoas que olham torto quando você toma uma cerveja na terça, e domingo levantam tarde por que encheram a cara no sábado.
As vezes, fazemos até sem saber, pelo menos, espero. Pessoas que dizem não ser interesseiras, e num churrasco só conversam com quem tem dinheiro. A ralé fica de lado. Justificativa? Interesses comuns....
Agora, transporte isto para as empresas, sejam grandes ou pequenas.
O funcionário que no treinamento faz sinal de positivo com a cabeça constantemente quando o assunto e atender bem, e na hora de fazê-lo, fica com a cara amarrada e se quer responde ao bom dia. A empresa que tem como lema honestidade, e no fim do mês, arrecada fortuna em centavos não devolvidos aos consumidores. Vide os trocos de supermercados. O diretor que prega enxugar ao máximo os gastos, ter que despedir funcionários, muitos pais de família, e trocam de caminhonete. E por aí vai.
Gosto muito de um conjunto chamado “Banda Mirim”, de São Paulo. Uma de suas músicas (Felizardo) diz assim: “Hoje eu acordei me sentindo tão bem, tão bem. Também pudera minha vida está tão boa. Logo que acordo já me pego rindo a toa. Eu gosto do que penso, gosto do que faço”....
Resumindo. De modo geral, falamos uma coisa e nossa atitude mostra o contrário. É o famoso “jogar para a galera”. Isso realmente não tem como controlar. É do caráter, e este, infelizmente não controlamos. Por isso, o senhor que fez a pergunta, infelizmente não teve resposta...

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    Fábio Pexe

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