Ventos de 80 km/h e chuva deixam rastros de destruição em Campos
28/02/2019 16:04 - Atualizado em 01/03/2019 18:04
A forte chuva que atingiu Campos na tarde desta quarta-feira (28) deixou um cenário de caos pelo município. Em pouco mais de meia hora, pelo menos 160 árvores foram atingidas, casas destelhadas, carros destruídos e diversos pontos ficaram alagados. De acordo com a Defesa Civil, além da chuva, uma ventania de cerca de 80 Km/h arrancou o telhado do estacionamento de um shopping, derrubou as placas de proteção de um canteiro de obras de Guarus, quebrou o telhado do Hospital Geral de Guarus (HGG) e derrubou parte do telhado do Teatro de Bolso Procópio Ferreira, além da paralisação de alguns semáforos. A Prefeitura informou que choveu granizo em alguns pontos de Campos. A tempestade não foi prevista pelos institutos de meteorologia. Equipes da Coordenadoria Municipal de Defesa Civil, do Corpo de Bombeiros, das secretarias de Desenvolvimento Ambiental e de Infraestrutura e Mobilidade Urbana, Guarda Civil Municipal, superintendência de Limpeza Pública e Instituto Municipal de Trânsito e Transporte (IMTT) atuaram nas ruas do município logo após o temporal. Na noite desta quinta-feira, o prefeito Rafael Diniz se juntou às equipes para analisar os estragos causados pela chuva. 
"Estamos desde o momento do vendaval nas ruas com toda equipe da Prefeitura trabalhando para restabelecer a ordem. Mais de 80km de vento e chuva intensa, nada esperado, previsto pelos institutos de meteorologia. Foram muitos os transtornos, muitas árvores caíram. A população pode ficar tranquila, estamos colocando todos os esforços juntamente com o Corpo de Bombeiros, Vital, Autopista e Enel para restabelecer a situação", disse o prefeito. 
Coordenador da Defesa Civil, major Edison Pessanha, informou que trata-se de um desastre natural. O vento foi muito forte e a chuva mais intensa em algumas regiões.
— A Defesa Civil está em estágio de atenção. A previsão era de ventos de 20km/h, mas registramos pelo anemômetro do aeroporto ventos de até 80km/h. Em alguns pontos, é possível que a ventania tenha ultrapassado essa velocidade, já que árvores foram arrancadas com raízes. Choveu granizo em alguns pontos da cidade e em outros não choveu nada — disse o major. 
Em diversos pontos da cidade, semáforos pararam de funcionar e motoristas precisaram redobrar a atenção nas vias. Comerciantes fecharam as lojas mais cedo devido ao risco de alagamento. Na área central, o prédio da Caixa Econômica Federal foi evacuado por medida de segurança. Em nota, a agência bancária informou que a medida preventiva foi tomada por orientação da equipe de brigadistas. “Ainda nesta tarde, os empregados foram autorizados a retornar ao trabalho. A Agência Campos funcionará normalmente nesta sexta-feira (1º)”.
Também no Centro, a moradora do Edifício Cidade de Campos Marilene Gonçalves de Freitas testemunhou o estrago causado pelos ventos na cobertura do Campos Shopping. A estrutura caiu sobre os veículos e algumas telhas voaram para a rua. Ainda de acordo com Marilene, os fortes ventos quebraram vidraças do prédio, fazendo com que a água invadisse alguns apartamentos chegando a arrancar portas. Ela disse, ainda, que todas as vidraças do salão de festas foram quebradas. Em frente ao prédio galhos das árvores também caíram. Uma placa da Faculdade de Medicina de Campos (FMC) voou caindo no meio da calçada, na avenida Alberto Torres.
A ventania fez com que parte da estrutura da torre da rádio Difusora, de 101 metros, caísse na rua Pedro Barroso, em frente à Estação de Tratamento de Esgoto, no Parque Vicente Dias. Segundo produtor Paulo Maciel, a direção entrou em contato com a parte técnica para restabelecer o serviço o mais rápido possível.
A força dos ventos também arrancou uma bomba de gasolina de um posto no cruzamento da rua Sete de Setembro com a rua Riachuelo. Uma funcionária do posto contou que o equipamento tombou e parte do telhado cedeu. A bomba abastece com todos os combustíveis. Segundo a funcionária, não houve vazamento e o estabelecimento interditou o local.
Árvores derrubadas - Segundo a Prefeitura de Campos, cerca de 160 árvores foram atingidas durante a tempestade, sendo 40 na avenida Nelson de Souza Oliveira. Entre os pontos com registro de queda de árvore estão também as avenidas 28 de Março, XV de Novembro, José Carlos Pereira Pinto, José Alves de Azevedo e Francisco Lamego. Também houve registros em vários lugares da região Norte, em Conselheiro Josino. 
Na rua Marechal Floriano, no Centro de Campos, ao lado da igreja São Benedito, uma árvore caiu, obstruindo a via. Por sorte, um carro foi atingido apenas por galhos leves e ninguém passava pelo local. 
Em frente ao IFF de Guarus, na BR 101, uma árvore caiu sob uma fiação elétrica, deixando bairros sem energia e semáforos desligados ao longo da rodovia. Sobre os semáforos, a concessionária informou que uma equipe esteve no local para verificar o funcionamento dos equipamentos.
Próximo ao Colégio Estadual General Dutra, na avenida Souza Mota, um dos acessos à ponte Alair Ferreira, moradores puxaram galhos que caíram com a ventania e obstruíram a pista. Segundo eles, como a rua ficou alagada devido à baixa vazão dos bueiros, quando os veículos passam, jogam água dentro das casas.
Semáforos - Em virtude da queda de energia provocada pelo temporal e ventania, alguns semáforos do município precisaram de intervenções emergenciais da equipe de manutenção do Instituto Municipal de Trânsito e Transporte (IMTT). Entre os pontos, onde a situação já foi resolvida, estão rua Tenente Coronel Cardoso (Formosa) com rua Ouvidor; 28 de Março com Arthur Bernardes e Arthur Bernardes com Raul Escobar.
Em alguns locais, devido à falta de energia ou baixa tensão necessária para o funcionamento do semáforo, os equipamentos ainda não voltaram a funcionar. Entre os locais, estão cruzamento entre a avenida Alberto Torres com Álvaro Tâmega e 28 de Março; avenida José Alves de Azevedo com rua Saldanha Marinho; no cruzamento da avenida Arthur Bernardes com rua Raul Escobar. Na rua Voluntários da Pátria, três pontos foram atingidos: no cruzamento com a rua Gil de Góis, Alberto Torres e 15 de Novembro. A situação também ainda não foi restabelecida no cruzamento da rua Barão de Miracema com Gil de Góis e avenida 15 de Novembro com Hélion Póvoa.
 
 

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