Grupo Folha na Sapucaí
Matheus Berriel 28/02/2019 19:22 - Atualizado em 03/03/2019 15:16
Marcelo Sampaio
Marcelo Sampaio / Folha da Manhã
Pela primeira vez, um grupo de comunicação do interior cobrirá in loco o desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro. A Folha da Manhã estará representada no sambódromo carioca pelo professor e pesquisador Marcelo Sampaio e sua esposa, Yoná Alves Sampaio. O casal já se encontra na capital fluminense para iniciar a cobertura da Série A, que começa nesta sexta-feira (1º) e termina no sábado (2). Nas noites de domingo (3) e segunda-feira (4), será a vez do Grupo Especial. A edição de quarta-feira (6) da Folha trará as favoritas ao título e candidatas ao rebaixamento e acesso na apuração. O conteúdo completo do maior evento carnavalesco do mundo também poderá ser conferido no portal Folha1 e em flashes na Rádio Continental durante os dias de festa.
Apesar de não ter formação jornalística, Marcelo Sampaio já atuou como colunista social e apresentador de TV, além de ser administrador do site Carnaval de Campos, veículo pelo qual cobriu o Carnaval carioca em 2015. Neste ano, o site fará dobradinha com o Grupo Folha:
— A grande novidade é que a Folha da Manhã está credenciada. É o primeiro jornal do interior do Brasil credenciado para a Marquês de Sapucaí. Nossas credenciais são de trânsito livre, permitem que a gente vá da concentração à dispersão, em todos os setores. Inclusive, eu vou ficar produzindo os textos, e a minha esposa, Yoná, vai produzir as imagens, tanto em fotos como em vídeos — explicou Marcelo.
Na opinião do pesquisador de cultura popular, o Carnaval carioca de 2019 será um dos mais disputados dos últimos anos, uma vez que não há como apontar uma escola como grande favorita antes dos desfiles:
— Neste ano, vejo um equilíbrio muito grande. Na minha opinião, o melhor samba é o da Unidos da Tijuca, que está vindo com o Laíla, antigo coordenador da Comissão de Carnaval da Beija-Flor, a atual campeã. Eles têm o melhor samba e a melhor bateria, a Cadência do Samba, do mestre Casagrande, que há quatro anos leva 10 de todos os jurados. Acho que a Tijuca tem uma chance. Porém, a Mangueira vem com um enredo crítico e um samba também de altíssimo nível, além de ser muito popular. Tem que ser observada com muita atenção. A própria Beija-Flor, que vai estar defendendo o título, tem a melhor comunidade da Sapucaí, que canta o samba do início ao fim do desfile, contagia a arquibancada. É outra cotada a brigar. Temos também a Portela, uma escola que não pode ser menosprezada por sua história e importância, que vem com um samba valorizando as raízes de Madureira e Oswaldo Cruz, e um enredo sobre Clara Nunes (in memorian), feito pela Rosa Magalhães, que é a maior vencedora do sambódromo — pontou.
Na lista pessoal do entrevistado, a Mocidade Independente de Padre Miguel também aparece como possível candidata a retornar no desfile das campeãs, com destaque para o intérprete Wander Pires, considerado pelo Marcelo o melhor do Grupo Especial. Por ter o surpreendente Paulo Barros como carnavalesco, a Viradouro foi citada como eventual surpresa. A grande incógnita, contudo, é a Paraíso do Tuiuti, vice-campeã do ano passado: “Vamos saber se foi um ponto fora da curva ou se o desfile de 2018, que valeu um justíssimo vice-campeonato, foi o início de uma era da escola brigando por títulos”, comentou Marcelo.
Neste ano, duas escolas serão rebaixadas para o grupo de acesso. No palpite pré-desfile, o representante da Folha na Sapucaí fez críticas ao Império Serrano, que usará a canção “O Que É, O Que É?” para embalar o enredo sobre Gonzaguinha (in memorian):
— Talvez, tenha carimbado sua volta à Série A. Acho a homenagem ao Gonzaguinha sensacional, é uma das minhas referências musicais, um dos melhores compositores do Brasil de todos os tempos. Mas, eles podiam homenagear a música, o compositor Gonzaguinha, fazendo um samba-enredo. Como é que o jurado vai julgar “O Que é, O Que É?”, se não é um samba-enredo? Ele é samba, não tem as características necessárias para ser samba-enredo. E logo o Império, que tem uma das alas de compositores mais fortes. Se formos analisar os 10 melhores sambas de todos os tempos, duvido que a maioria não seja de sambas imperianos. E ainda tem um campista lá, o Aluízio Machado, que é um gênio, só não tem mais sambas na avenida do que o Silas de Oliveira (in memorian).
Devido ao investimento inferior aos das grandes escolas, São Clemente e União da Ilha foram apontadas como outras possíveis candidatas a brigar para não cair. Grande Rio, Salgueiro e Imperatriz Leopoldinense também desfilarão no Grupo Especial. A briga também será boa na Série A, onde desfilarão Unidos da Ponte, Alegria da Zona Sul, Rocinha, Santa Cruz, Unidos de Padre Miguel, Inocentes de Belford Roxo, Sossego, Unidos de Bangu, Renascer de Jacarepaguá, Estácio de Sá, Porto da Pedra, Império da Tijuca e Cubango.

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