Polêmica marca ida de Wladimir para o PSD
01/03/2019 20:36 - Atualizado em 06/03/2019 15:01
O deputado federal Wladimir Garotinho filiou-se, ontem, ao PSD, do ex-prefeito de São Paulo e ex-ministro Gilberto Kassab. Em comunicado divulgado em rede social, ele justificou, afirmando que o PRP não existe mais por não ter alcançado a cláusula de barreira, o que é contestado pelo vice- presidente estadual do PRP, Demerval Casemiro: “Só se não existe para ele”. Demerval também afirmou que o Conselho de Ética do partido analisa a expulsão do ex-governador. Por telefone, Garotinho ironizou: “Acho interessante porque eu já saí e é difícil expulsar alguém que já saiu há muito tempo”.
As articulações sobre a mudança de partido de Wladimir começaram logo após a eleição. Em janeiro, ele chegou a afirmar que recebeu convite do governador Wilson Witzel para ingressar no PSC, mas não foi adiante.
Ontem, após o anúncio da filiação, o vice-presidente do PRP afirmou: “O partido (PRP) o recebeu de braços abertos. Se não fosse pelo PRP, ele não teria sido eleito, já que os votos dos outros companheiros ajudaram na eleição dele. Nunca houve um agradecimento sequer”. Sobre o PSD, disse Demerval: “Não sou do partido, não respondo pelo PSD. Mas muito me estranha que, ao entrar na legenda, o deputado agradeça a vários membros do partido e não cite o presidente, Índio da Costa. Já começou bem”.
Por não ter alcançado a cláusula de barreira, perdendo, assim, o direito ao fundo partidário e tempo de TV, o PRP anunciou fusão com o Patriota. O processo de fusão está no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mas ainda não foi homologado. Porém, o jurídico de Wladimir tem documentos, datados de novembro de 2018, em que o PRP pede a extinção do partido e a fusão com o Patriota.
Ética — Demerval Casemiro informou que já está na comissão de ética do partido o processo de expulsão do ex-governador Anthony Garotinho: “Nós, do PRP, demos a ele (Garotinho) dignidade. Garotinho estava ancorado, fedendo a peixe podre. Fomos mais um partido que acreditou no Garotinho. Não precisa nem explicar como estava a situação política do Garotinho. E nós acreditamos que, diante de tudo que ele enfrentou, tudo o que passou, ficou preso um bom tempo, a família dele. Tenho pena de dona Rosinha, que passou o que passou por causa dele. Mas, pensamos que, depois de ficar atrás das grades, ele teria saído de lá transformado. Que Deus teria tocado no coração dele. E que ele faria tudo diferente e iria resgatar a moral dele politicamente. Só que ele fez tudo ao contrário. Garotinho é um gafanhoto-escorpião”.
Defesa — Por telefone, Garotinho ironizou a fala de Demerval Casemiro.
— O partido acabou no ponto de vista prático. Ele está até cometendo crime ao falar em nome de um partido que não existe mais, não cumpriu a cláusula de barreira e quem fala pelo partido, que me ligou, insistindo muito para eu ficar, foi o presidente nacional do Patriota, Adilson Barroso. Mas eu falei que não tinha a menor condição, por tudo que ocorreu durante a campanha, as inúmeras trapalhadas que a presidente Eliane Cunha fez, então eu prefiro aguardar. Ele me propôs até me entregar a presidência do partido, o que eu quisesse. Mas eu falei, não, não vou ficar. O que ela fez, com duas pessoas que eu tenho maior respeito, são posições indignas. Primeiro, com a Clarissa. O Pros ia coligar com o partido, na proporcional, estava tudo certo. Chegou na hora ela disse que não faria a coligação. No dia em que ela disse que não faria a coligação, veio o dirigente nacional justificar, porque o partido tinha que atingir a cláusula de barreira, e só faria coligação com o Patriota, com o deputado Walney Rocha. Ele reclamou muito, mas aceitou. Chegou na hora ela fingiu que inscreveu. O deputado Wlaney não deu entrada e teve que recorrer à Justiça para concorrer sem coligação nenhuma. Uma pessoa que tem esse tipo de comportamento, prefiro não polemizar. Siga a vida dela — afirmou. (S.M.) (A.N.A.)

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