Folha no Ar recebe o promotor de Justiça Victor Queiroz
Ícaro Barbosa 17/05/2019 07:49 - Atualizado em 27/05/2019 11:06
Isaías Fernandes
O promotor Victor Queiroz foi o convidado, nesta sexta-feira (17), do programa Folha No Ar, da Folha FM 98,3, e abordou temas de âmbito nacional e municipal, como as operações Chequinho e Lava-Jato. Ele também comentou sobre as críticas que recaem sobre a imprensa e Ministério Público quando políticos são alvos de investigações.
Victor falou sobre alguns detalhes da investigação da operação Chequinho, explicitando que o objetivo do Ministério Público nunca foi perseguir um político especifico.
– A atuação do MP, no caso da Chequinho, começou com notícias que chegaram de profissionais da antiga Secretaria de Desenvolvimento Humano e Social, que detectaram situações estranhas em que benefícios sociais que subvertiam a ordem do processo administrativo. Isso tudo às vésperas da eleição. Dada a sua magnitude, indicou no sentido que esses benefícios sociais estariam sendo utilizados para fins eleitorais – detalhou o promotor, ressaltando que as informações não partiram do Ministério Público. “Não, nada disso. Essa informação chegou ao MP e cabia a ele prosseguir com a investigação, que chegou aonde chegou."
Em relação às eleições, ele explicou que, nestes períodos, o MP trabalha em conjunto, com equipes que formam pequenas forças-tarefas, o que possibilita, segundo o promotor, aumento da eficiência. “Nós fazemos isso para aumentar a eficiência e gerar um debate melhor sobre o caso. Então, o requerimento feito pode ser subscrito por vários promotores de Justiça, diferente da sentença, que é de um juiz só, que trabalha solitário e isolado”, afirmou.
As críticas ao Ministério Público foram analisadas por Victor a partir do cenário nacional, usando como exemplo o caso de críticas por parte dos eleitores do presidente Jair Bolsonaro (PSL) diante da investigação do senador Flávio Bolsonaro (PSL).
— Vemos mais do mesmo, apenas o pensamento: “vamos atacar quem está nos atacando.” Isso talvez seja legítimo como instrumento de defesa. Tem o propósito de desviar o foco. Mas é importante destacar que os atos de investigação do MP também estão submetidos a controle. Encarar essa denúncia como se estivéssemos numa campanha eleitoral não tem sentido. Não se trata de iniciar uma investigação caçando um objetivo. Ela tem vida própria. Nós buscamos apenas os esclarecimentos — pontuou, afirmando que a mesma reação ocorreu desde o início da operação Lava-Jato.
Quanto às críticas feitas também à imprensa, Victor fez um alerta: “Querer calar a imprensa, dizendo que ela deseja ser um quarto poder, é uma tentativa de calar a voz da sociedade. Não existe uma atuação mancomunada entre o MP e a imprensa. Os dois se complementam. A imprensa noticia, e o MP leva isso para o Judiciário”.
Confira a entrevista:
 
 

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