Do time que se desenha como titular do Flamengo para a temporada, apenas um dos zagueiros — Gustavo Henrique ou Léo Pereira — e o atacante Gabriel Barbosa começaram jogando contra o Boavista. Éverton Ribeiro, Willian Arão e Gerson entraram na segunda etapa, enquanto os demais foram poupados para a decisão da Recopa Sul-Americana, quarta-feira (26), contra o Independiente del Valle. O time alternativo, quase todo reserva, começou mal, mas fez o suficiente para vencer de virada, por 2 a 1, e conquistar o 22º título de Taça Guanabara da história do clube. Segundo maior vencedor, o Vasco tem nove a menos. Após Jean ter aberto o placar, Diego e Gabigol marcaram os gols que valeram o título ao Fla, na noite deste sábado (22), no Maracanã.

Quem esperava facilidade rubro-negra na integralidade da final se enganou. Com apenas quatro minutos de bola rolando, Jean abriu o placar para o Boavista cobrando falta cometida por Léo Pereira, que em lance anterior já havia errado na saída de bola e originado ataque do adversário. No gol, Jean acertou o ângulo direito do goleiro César que, mesmo se esticando todo, não conseguiu chegar na bola.

Aos 11, quase saiu o segundo da equipe de Saquarema. Desta vez, César deu rebote em outra falta cobrada por Jean. Na sequência do lance, defendeu a tentativa de finalização de Caio Dantas.

Antes da parada técnica, o Flamengo ensaiou uma reação quando surgiram nas arquibancadas os primeiros gritos de “vamos virar, Mengo”. Em cruzamento de Diego, Pedro cabeceou de perto da meia-lua na primeira oportunidade. Sem força, a bola foi facilmente defendida por Klever. Susto maior o goleiro do Boavista levou aos 23 minutos, em chute do próprio Pedro tirando tinta da trave.

O futebol ainda passava longe do ideal, mas os espaços começaram a aparecer para o Fla. Aos 35, Klever afastou de soco o escanteio cobrado por Vitinho. Michael pegou de primeira no rebote e, com desvio, a bola quase encobriu o goleiro, que usou a ponta dos dedos para impedir o gol. O empate só foi sair aos 43. Em outro escanteio, Vitinho encontrou Diego fora da área. Novo desvio no meio do caminho fez o chute do meia encobrir Klever, desta vez sem defesa salvadora.

O começo ruim não se repetiu no Flamengo da segunda etapa. Até então interagindo pouco em campo, Pedro e Gabriel Barbosa tabelaram aos dois minutos para chute forte do primeiro, defendido por Klever. Vitinho também colocou o goleiro adversário para trabalhar, em cabeçada para o chão que resultou escanteio. Nova chance de Pedro, igualmente de cabeça, surgiu num cruzamento de João Lucas, aos 11, mas a bola foi por cima. Assim como chute de Gabriel Barbosa, aos 14. Três minutos mais tarde, Michael fez jogada individual e só não marcou porque Klever, mais uma vez, estava atento.

Após a pausa para hidratação, a intensidade rubro-negra diminuiu. Mas, se as oportunidades passaram a acontecer em menor quantidade, o aproveitamento foi superior. Coube a Gabriel Barbosa, mais uma vez, assumir a responsabilidade. Foi ele quem começou e terminou o lance da virada, aos 34, com a bola passando por Éverton Ribeiro e Pedro. Este deu assistência de letra para Gabigol fazer seu quinto gol em cinco jogos na temporada.

Aos 39, por pouco o Boavista não conseguiu recuperar a igualdade no marcador. César saiu estranho para tirar bola alçada na área por Jefferson Renan e se chocou com Michel, em quem a bola bateu e quase foi parar dentro da meta. Só não entrou porque João Lucas apareceu a tempo de fazer o corte. Pelo lado rubro-negro, nos acréscimos, Pedro desperdiçou chance de deixar o seu. De coxa, concluiu por cima do travessão outro lance com participações de Gabigol e Éverton Ribeiro.

O título da Taça Guanabara garantiu o Flamengo pelo menos em uma eventual decisão do Campeonato Estadual. Caso conquiste também a Taça Rio e tenha a melhor campanha geral, será declarado campeão antecipadamente.