Reflexão sobre o documental
diomarcelo 10/01/2017 06:49
A fotografia documental é algo fantástico tanto na estética quanto na narrativa, porém essa abordagem incrível só acontecerá para os olhos dos fotógrafos que tem uma essência documental, aqueles que conseguem sair do que posso chamar de  "caverna de Platão fotográfica", digo aqueles que conseguem diante do formal aparentemente sem graça, corriqueiro e obvio, ver algo muito maior, ver sem ter que arrumar para ver, ele antes de clickar terá obrigatoriamente ver através da pele , ver pelo som, ver pelo ofato , ver pelo paladar, ver onde não se ver, e depoiss de tanto ver, ver pela câmera, mas digo que tudo isso acontece numa velocidade assim: "tudo ao mesmo tempo agora", estranho isso né ? Pois bem, se isso lhe soa estranho, podemos arriscar em um primeiro diagnóstico que é "vc não é fotógrafo documental" e se vc tem dificuldades de ver muito antes de ver, vai ter que ralar muito para produzir fotografia documental, essa abordagem de fotografia de pessoas que anda revelando muitos fotógrafos bons pelo mundo afora, independente se é com uma câmera DSLR ou smartphone,  a fotografia documental pode ser um oportunidade para muitos, mas me enche o peito de alegria quando afirmo que a fotografia documental não é um terreno fértil para os fotógrafos oportunistas, digo aqueles que se portam como macacos de imitação, aqueles que não trabalham sua essência de percepção para que levem aos seus clientes algo dele, exclusivamente dele, mas que ao invés disso trabalham a cópia caricata, colocando a disposição dos possíveis clientes (que serão raros) o seu pior, que é a habilidade de somente copiar, ele entregará um fotografia que envelhecerá rápido, como foram aquelas fotografias "Glamour" que eram uma espécie de linha de montagem Fordista, que de tanto que foram exaustivamente copiadas se tornaram algo que hoje tem uma estética duvidosa e que não sei "porque" caso não vejo mais a exibição orgulhosa delas nas timelines da vida. Sendo documental ou não a fotografia comercial do nosso tempo será para poucos, será para aqueles que conseguem fazer o que seu cliente não consegue fazer, pq se é para copiar algo, seus clientes e familiares tb conseguirão fazer com os smartphones, copiar já  não é uma habilidade somente do fotógrafo sem criatividade, em um cenário onde temos smartphone e internet copiar padrões fotográficos agora é para todos, então porque o cliente deveria pagar por algo que ele, o filho, o amigo, também conseguem reproduzir ? Como falei um pouco sobre fotografia documental, segue um fotógrafo ícone e representante dessa atividade fotográfica que é o  Henri Cartier-Bresson, a fotografia abaixo é o que ele chamou de "momento decisivo" e que tanto falamo pelos 4 cantos do mundo como se fosse uma Meca da percepção fotográfica,  um click feito 1945 e que nos mostra uma informante da Gestapo apresentando orgulhosamente a suspeita de cabeça curva ao fiscal que se mostra frio e imparcial, sem contar o homem de uniforme listrado que nos contextualiza o momento, o disparo da foto não poderia ter sido em qualquer outro momento, a não ser este, lógico que falo o momento que desenha a intenção narrativa da foto, uma fotografia que nos mostra perfeitamente uma abordagem documental. http://www.henricartierbresson.org/en/ bre Postado por www.diomarcelopessanha.com

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