Mercado Municipal - O crime Não Compensa
Esdras 14/01/2015 17:05
 O crime não compensa! Apesar de não me encontrar no Brasil, recebo a notícia dos amigos desta luta, sobre o significativo posicionamento do INEPAC, recomendando a suspensão das obras do Mercado Municipal de Campos.
Desde  o princípio, quando nos foi fornecido o primeiro projeto, pelo sr. Orávio Soares, já havíamos nos posicionado de forma contrária às propostas de intervenções, mas a Prefeitura resolveu ignorar e substituiu o autor deste infeliz projeto, a PCE, pelo arquiteto Cláudio Valadares, que manteve o infeliz e deprimente conceito "projetual", apenas colocando "roupa de gala" onde havia um "traje maltrapilho", em uma tentativa primitiva! Fizemos as nossas argumentações sempre fundamentadas nos princípios do exercício das boas práticas da arquitetura e do urbanismos, que se distanciam há milhares de quilômetros do que foi apresentado na reunião do COPPAM e que mereceu o adjetivo de "empachamento" pelo INEPAC, em seu ofício de 09 de janeiro deste.
Esta conquista, de todos os campistas, deve ser preservada na memória como referência no exercício da cidadania, que não é tranquila, não é natural, exige determinação, coragem e bons princípios, onde certamente quem sustentou este crime não possui. Tentaram iludir à população desta cidade e aos permissionários de que estavam agindo com os melhores propósitos, não estavam e não estão! O INEPAC acaba de reconhecer, e caminhamos, felizmente sem retorno, rumo ao tombamento do Mercado Municipal, para que, enfim, o termo revitalização do Centro Histórico seja justificado pela restauração e revitalização urbanística do entorno do Mercado, o seu principal equipamento urbano.
As leis violadas pela Prefeitura, atingiram a mais sublime, a Lei Orgânica, criminosamente agiram, se sentindo acima de tudo, onde até agora eu não entendi a passividade do Ministério Público - embora fartamente subsidiado - diante de tamanha aberração e violação dos princípios que inclusive o levou à criação do COPPAM, em 2003. O Ministério Público, instrumento de grande valia a serviço do zelo e alunação das arbitrariedades dos governantes insanos, que agem, inclusive, criminosamente, não tem ajudado, conforme as suas competências, aqui em Campos. Prezado sr. Promotor da Tutela Coletiva, nós, da sociedade campista, precisamos e contamos com a sua ajuda e colaboração, pois acreditamos na ordem social, no equilíbrio de interesses, na plena e responsável cidadania. Queremos, sr. Promotor, caminhar juntos para encontrarmos as melhores soluções, afim de construirmos uma cidade mais humanizada e aprazível aos seus habitantes, para que possamos sentir orgulho, visto motivos, inclusive históricos, serem fartos por aqui.
Alguém já disse que Campos não é qualquer cidade, e não é mesmo! Apesar de eu não ser natural de Campos, tenho aqui os meus mais significativos laços em minha formação e convívio, pelos meus pais, filhos, familiares e amigos, por isso defenderei até o fim o direito de as gerações futuras não serem preteridas do direito ao conteúdo histórico e à cidade, para compreenderem o significado que possuem como "povo". É desta forma que se constroem as grandes nações, é assim, que se conquista o respeito, é assim que se vive com qualidade de vida, é assim que se formam cidadãos.
Esta conquista, é a primeira certamente, existem outros desafios à vista, como o caso da mobilidade urbana, por exemplo. Temos, campistas, que nos unir pelas boas causas, não abrindo mão daquilo que nos traz significado enquanto cidade, seja no ambiente cultural ou natural. Está na hora de não rejeitarmos este modelo perverso, que agora demonstrou a sua face criminosa, responsável pelo atraso e pela estagnação desta cidade, que pelos recursos disponíveis e capacidade de seu povo poderia ser exemplo de desenvolvimento para o Brasil.
Eu digo não ao crime, pois ele não compensa!
Abç., Renato César Arêas Siqueira
arquiteto e urbanista
perito técnico
professor bolsista UENF

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