UBUNTU... HAKUNA MATATA
bethlandim 14/12/2013 16:23

“Corajoso não é quem não sente medo, mas quem o vence.”

Nelson Mandela 1918-2013

Madiba como era chamado nasceu em 18 de julho de 1918, no clã Madiba, no vilarejo de Mvezo, antigo território de Transkei, sudeste da África do Sul. Seu pai, Henry Gadla Mphakanyiswa, era chefe do vilarejo e teve 4 mulheres e 13 filhos – Mandela nasceu da terceira mulher, Nosekeni. Seu nome original era Rolihlahla Mandela. A terra natal, Mvezo, era uma vila na província do Cabo Oriental. Pertencia ao clã dos Madiba, forma como acabaria sendo carinhosamente chamado pelo povo. Nasceu em um país em que ser negro significava estar condenado a uma vida de humilhações. Morreu como um homem livre, como um herói que libertou e uniu seu povo. Depois que seu pai morreu, ainda menino, se mudou com a mãe para uma vila vizinha - Qunu.

Foi nessa aldeia que passou a frequentar a escola e ganhou outro nome, uma tradição da época. Os professores trocavam os nomes africanos por ingleses. Virou Nelson Mandela. Sempre acreditou no poder transformador da educação. Foi o primeiro de sua tribo a ir para escola, e estudou Direito. A África do Sul já era independente, e governada por descendentes de britânicos e holandeses, uma minoria branca que já tentava impedir a ascensão dos negros. Em 1948, o que era preconceito virou política de estado.

Nascia um dos maiores horrores do século XX: o apartheid, a segregação racial. Os cidadãos eram registrados de acordo com a raça e casamentos mistos eram crimes. Os negros tiveram propriedades confiscadas e eram obrigados a viver em áreas determinadas. Não podiam freqüentar os mesmos lugares dos brancos. O advogado Mandela virou um dos líderes da luta contra o apartheid. Foi morar em Joanesburgo, no distrito de Soweto, o local que ficou famoso como símbolo de resistência ao regime. Acabou preso e em 1964 foi condenado a prisão perpétua.

Mandela passou 27 anos de sua vida na prisão. Passou 18 anos detido na ilha Robben, na costa da Cidade do Cabo, e nove na Prisão Pollsmoor, no subúrbio da Cidade do Cabo – a transferência ocorreu em 1982. Enquanto esteve preso, Mandela perdeu sua mãe, que morreu em 1968, e seu filho mais velho, morto em 1969. Ele não foi autorizado a participar dos funerais. Era o prisioneiro 46664. Vivia em uma cela mínima e ficou 21 anos sem sequer tocar nas mãos da mulher Winnie. As visitas eram sempre com um vidro entre eles. “Não há nada de brilhante em encolher-se para que as outras pessoas não se sintam inseguras em torno de você. E à medida que deixamos nossa própria luz brilhar, inconscientemente damos às outras pessoas permissão para fazer o mesmo.”

Em vez do revanchismo, o perdão.

Em vez da perseguição, a conciliação.

Transformou a África do Sul.

Criou a nação arco-íris, de todas as cores, de todas as raças.

Virou o pai da pátria, o libertador de um povo.

Em sua autobiografia, deixa uma mensagem aos sul-africanos:

“Eu caminhei essa longa estrada para a liberdade. Mas eu descobri que depois de escalar uma grande montanha, há outras montanhas a serem vencidas. Eu descansei por um instante para apreciar a incrível vista que me cercava. Olhei para trás e vi a distância que percorri. Mas só posso descansar por um momento. Porque com a liberdade vêm outras responsabilidades. E sequer me atrevo a demorar a continuar. A minha caminhada ainda não terminou”. Mais do que inspirar o seu povo, ele foi uma inspiração para todo o mundo, demonstrando através de todos os seus atos de que não podemos desistir nunca de lutar por tudo que acreditamos, e também pelos nossos sonhos. “Eu me retiro com a consciência tranqüila, sentindo que cumpri meu dever, de alguma forma, com meu povo e meu país.” Mais ainda, nos ensinou que toda luta pode ser pacífica, sua maior arma era sempre o sorriso e o diálogo.

A educação, mediadora de toda a sua vida, é um grande legado que deixa para todo o seu povo... Um povo que mesmo em meio aos problemas sociais que ainda enfrenta, apreendeu o sentido da liberdade...

Na língua falada na África Oriental, suaile, HAKUNA MATATA significa “Não há problemas”... e UBUNTU significa "Sou o que sou pelo que nós somos"...

E este é o maior aprendizado ao povo sul-africano e de todo o mundo, que significa que quando estamos todos juntos imbuídos numa luta, num ideal, haverá desafios, mas não haverá problemas... O legado de Mandela, se eternizará com o tempo, por sua forma sempre pacífica e conciliadora de nunca desistir de sua causa...

Fica o seu perfume a nos inspirar...

Com afeto,

Beth Landim

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