Jovem jornalista sob a ditadura caiu na clandestinidade, recorreu a violência como ação política, foi um dos sequestradores do embaixador americano, foi preso, torturado, amargou o exílio com a anistia, voltou transformando, propondo novas formas de atuação política, novas bandeiras... “Eu pretendo trabalhar, eu pretendo contribuir de alguma forma com a luta política de volta no Brasil”. A dignidade marcou sua carreira na política institucional, protagonizou momentos históricos no parlamento, considerou que pode contribuir mais para a democracia brasileira voltando a velha profissão repórter. No dia 7 de setembro o perfume foi o gás de pimenta, a cisão entre o parlamento e a sociedade repercutiu profundo no setor da juventude de Brasília eles se sentem explorados por uma casta que despreza o país e vagam pela cidade semi- deserta, uns de cara coberta outros de cara limpa. O formidável aparato de segurança envolvendo 4 .500 soldados garantiu a segurança no estádio mané garrincha, onde o Brasil esmagou a Austrália por 6 a 0 Era interessante ver na explanada a cavalaria marchando em torno do estádio de futebol enquanto centenas de torcedores vestidos de amarelo chegavam desconfiados olhando em torno para ver se haveria confronto entre polícia e manifestantes . Não posso afirmar que as manifestações de junho teriam se mantido se não houvesse um clima de violência, ondas populares crescem e decrescem como o movimento das marés. É possível afirmar, no entanto que a violência no refluxo do movimento não conseguiu desperta-lo de novo, indicando que esse não é o método capaz de trazê-lo de novo as ruas. Na manhã de 7 de setembro vi um cartaz que dizia: VÂNDALOS SÓ OS POLÍTICOS e percebi que o vandalismo hoje é um traço decisivo no debate político nacional, parece ter esgotado o estoque de argumentos.