Faça a sua parte...
bethlandim 12/07/2013 20:46

O que era para ser unicamente uma atitude pessoal ganhou o mundo, graças a uma turista do Arizona. Ela registrou a cena com a câmera de seu celular e postou no Facebook. O que deveria ser corriqueiro causou espanto e admiração, já foram mais de 400.000 compartilhamentos. Tudo começou quando Larry DePrimo, policial de Nova York, 25 anos, fazia sua ronda normal pela 7ª Avenida. DePrimo observou, sentado numa calçada, um morador de rua que tremia de frio. Sem ter com que se cobrir e descalço, o homem tentava se aquecer mantendo-se encolhido e silencioso.

Diante da cena, o jovem policial se aproximou, olhou, deu meia volta e entrou numa loja. Comprou um par de meias térmicas e uma bota de inverno – gastando 75 dólares de seu próprio dinheiro. Ao receber as meias e as botas, o homem deu um sorriso de orelha a orelha e lhe disse: “Eu nunca tive um par de sapatos em toda a minha vida”. No entanto, o gesto não se concluiu na entrega do presente... Percebendo que o morador de rua tinha dificuldade em se mover, o policial se agachou, colocou as meias, as botas, amarrou os cadarços e indagou: "Ficou bom?"A resposta foram dois olhos felizes, lacrimejados e um novo sorriso. Ao se despedir, perguntou se o homem queria um copo de café e algo para comer.“Ele me olhou e, cortesmente, declinou a oferta, dizendo que já havia feito muito por ele”- disse DePrimo. Aqui deveria ser o fim da cena. O pano cairia e todos iriam para casa... Mas não foi assim. Jennifer Foster, autora da foto, foi para casa, abriu o seu computador e se dirigindo ao Departamento da Polícia Civil de Nova York postou em sua página a foto do acontecimento, além de narrar tudo o que presenciou, finalizando assim: “... Faltou-me coragem - que pena!!! - para me aproximar, estender-lhe a mão e dizer obrigado por me fazer crer que os sonhos são possíveis. Bem, digam a ele isso por mim. Muito obrigada, Jennifer Foster." Em poucas horas, o texto e a foto de Jennifer pipocaram pelo território americano e por boa parte do mundo. DePrimo soube do caso por um colega que lhe telefonou. Quando voltou ao trabalho foi chamado por seus superiores, ouviu um elogio, recebeu abraços de seus companheiros e quando seu chefe lhe disse que o departamento iria lhe ressarcir o dinheiro gasto, Larry recusou e disse: “Não senhor, obrigado. Com meu dinheiro eu faço coisas nas quais acredito.”

Uma outra estória nos conta que... Dois monges atravessavam uma área deserta quando diante de um rio violento, avistaram uma linda jovem que tentava atravessá-lo sem sucesso. Um dos monges, não sem dificuldades, atravessou o rio e colocando a mulher em suas costas conseguiram atravessar o rio em segurança. A jovem abraçou-o agradecida, comovida com o seu gesto e seguiu seu caminho...

Retomando a jornada, o outro monge que assistiu a tudo calado, repreendeu o amigo, falando do contato carnal que houve com aquela jovem, da tentação de ter aquele contato mais direto com uma mulher, o que era proibido pelas suas leis e durante um bom trecho do caminho, esse monge falou sobre a mulher e sobre o pecado cometido até que aquele que ajudou a jovem na travessia falou:

Querido amigo, eu atravessei o rio com a jovem e lá eu a deixei, mas você ainda continua carregando-a em seus pensamentos. Assim, todos sabem que Deus não nos dá fardos maiores que aqueles que podemos suportar, e muitos dos nossos fardos já poderiam estar abandonados em outras curvas da vida, mas nós insistimos em carregá-los.

Levamos nossas dores e frustrações ao extremo. Dramatizamos demais, elevamos ao cubo cada dor, cada ofensa, cada contrariedade e por isso, não conseguimos relaxar, perdoar ou mesmo ser feliz, pois o peso que vamos acumulando em nossas costas é demais para qualquer cristão. Neste dia especial, eu lhe convido a uma reflexão. Quais são os fardos que você continua carregando e que já não estão mais com você? Qual é a dor que você anda revivendo e fazendo com que velhas feridas voltem a sangrar? Por que você não consegue perdoar quem lhe magoou? Quantas oportunidades você anda deixando para trás por estar amarrado ao passado? Desarme-se dos velhos pensamentos, do espírito da revolta, da tristeza. Hoje é dia de desmontar o velho acampamento do comodismo e seguir adiante na longa jornada que a vida lhe apresenta. Quanto mais leve a sua mochila, mais fácil à subida rumo à felicidade.

O que estas duas estórias têm em comum?

Solidariedade, cuidado com o ser humano... Fazer o bem sem olhar a quem... Elas nos mostram que devemos focar nossa vida na centralidade do humano. E que para isso não podemos e nem devemos delegar a outros, ou melhor, responsabilizar os outros pela construção de um mundo melhor. E quanto mais olharmos para o lado, e pudermos estender a mão, não estaremos fazendo mais do que nossa obrigação, mais estaremos, com certeza, mais felizes e mais leves... Todos nós temos nossa parcela de contribuição, e se começarmos a agir em nosso entorno, com certeza, estaremos não só fazendo a nossa parte, mas contribuindo para um mundo melhor de forma efetiva, como elos de uma corrente que se unem e vão tocando e alcançando cada vez mais pessoas e lugares... Nos mostram, ainda, que ao invés de sermos aquele que “só critica”, que aponta, que julga, que dramatiza e vive a carregar fardos, podemos então, ser aquela pessoa que dá colo, que carrega “nas costas”, faz a ponte... ajudar é um aprendizado e quem aprende sempre mais, com certeza, é quem está na posição de estender a mão. Ghandi nos diz... "Seja a mudança que você deseja para o mundo".

Então, não deixe de fazer as coisas nas quais você acredita.

Faça a sua parte.

Com afeto,

Beth Landim

 

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