SOB NOVA DIREÇÃO
lucianaportinho 10/12/2012 12:14
Luciana Portinho [caption id="attachment_5376" align="alignright" width="390" caption="Ft. Helen Souza"][/caption] A Academia Campista de Letras (ACL), instituição que representa a intelectualidade campista, está de cara nova no topo de sua direção. É o professor Hélio de Freitas Coelho que por unanimidade foi eleito como novo presidente, na Chapa “Unidade e Amor à Academia”. Nesta semana será confirmada a data da posse do novo presidente e da nova diretoria — existe a hipótese de que a cerimônia aconteça no dia 18 de dezembro, uma terça-feira. Originariamente a ACL é composta de 40 membros. Na atualidade existem 10 vagas abertas, por motivo de falecimento do titular. Por isso, uma das primeiras tarefas que o novo presidente anuncia será o de abrir o Edital Público dando conhecimento à sociedade. Nele é divulgado o prazo para que os interessados se apresentem, mostrem suas credenciais, seu trabalho e obras em prol da cultura. Depois de avaliados os pretendentes por uma comissão formada especialmente para esse fim, os nomes são então submetidos à eleição pelos acadêmicos. Segundo o professor Hélio Coelho, alguns membros estão acima dos 80 anos, adoentados, mas, fazem parte da academia. Com isso, o núcleo efetivamente ativo se reduz. “Necessitamos injetar sangue novo, reforçar a penetração da ACL para um futuro”., explicou o novo presidente. Para ser um acadêmico não é exigido ter uma obra publicada. É necessário que tenha uma atividade reconhecida na área cultural, nas letras, na arte, que seja portador do conhecimento e amor à cultura. — Um de nossos desafios é reaproximar os afastados, daí a razão do nome de nossa Chapa. É uma responsabilidade assumir depois do Dr. Elmar Martins. Ele fez um bom trabalho, atravessamos dificuldades financeiras e ele em meio a essa realidade preservou a ACL aberta e ativa  — disse. Por vezes e de modo sutil, circulam ecos abafados de alguma divergência entre os membros da academia campista, sobre ela, o novo presidente é cauteloso, mas, não se esquiva de responder. “Havia um núcleo anterior que talvez tenha estranhado abrir a instituição para os meios literários da comunidade. Antes havia o conceito mais voltado às práticas e produção de tertúlias e trocas. Ao aproximar o conhecimento da universidade houve o desconforto do impacto, deu-se o estranhamento no processo, no entanto, não houve a fratura. A assimilação está consolidada”, explicou ele. Hélio parte do entendimento de que uma casa com o perfil da Academia Campista de Letras não pode estabelecer hierarquização de saberes. “São diferentes os olhares, temos formas diversas e conteúdos que acrescentam ao mundo das letras. A diversidade é um desafio, não vejo como divisões perigosas. No espaço das letras existem eventos artísticos que nos últimos anos a impulsionaram. A nós nos cabe o reconhecimento das múltiplas manifestações”. A “ACL é patrimônio cultural desta terra”. Com esta afirmação o novo presidente revela que vai solicitar uma audiência com a prefeita Rosinha Garotinho. “Vamos pedir o reconhecimento de nosso papel na cultura local e o apoio que a ACL merece na convicção de que a prefeita se sensibilizará. Queremos uma parceria, em contrapartida também temos o que oferecer ao poder público; o nosso espaço, a nossa sede é privilegiada. Nossas reivindicações são de ordem material, reparos no prédio, bem como a celebração de convênios culturais e artísticos”. Não existem vínculos formais entre a Academia Campista de Letras e a Academia Brasileira de Letras, no entanto, há na nova diretoria o desejo no estreitar dos laços entre as duas entidades. Nos últimos tempos a ABL se modernizou, criou um sítio eletrônico, faz palestras e conferências dentro do conceito de ter contato com a população. Professor há 45 anos e com 65 anos de idade, Hélio Coelho é pai de quatro filhos. Ele fala de sua vida com orgulho por ter servido à sua terra. “Minha vida é o meu atestado, vivo modestamente dos meus proventos”, expressa ele, que acrescenta ainda que “a presidência que assumo me move, mas, não me assusta. Ao contrário encaro com alegria. Afinal,  desde sempre estive na vida pública. Fui presidente do Diretório Acadêmico na Filosofia durante a repressão, presidente do Orfeão Santa Cecília, e presidente da Câmara Municipal de Campos, por ter sido vereador por dois mandatos... mas, aí é assunto para outra conversa".
Publicado hoje, 10/12, na capa da Folha Dois.

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