Um exemplo...JOAQUIM BARBOSA...
bethlandim 24/11/2012 11:44

Um exemplo vivo de que a Educação transforma, é o de JoaquimBarbosa que nasceu em Paracatu, noroeste de Minas Gerais. É o primogênito de oito filhos. Pai pedreiro e mãe dona de casa, passou a ser arrimo de família quando estes se separaram. Aos 16 anos foi sozinho para Brasília, arranjou emprego na gráfica do Correio Braziliense e terminou o segundo grau, estudando em colégio público. Obteve seu bacharelado em Direito na Universidade de Brasília, onde, e m seguida, obteve seu mestrado em Direito do Estado.

Foi Oficial de Chancelaria do Ministério das Relações Exteriores, tendo servido na Embaixada do Brasil em Helsinki, Finlândia e, após, foi advogado do Serpro.  Prestou concurso público para procurador da República, e foi aprovado. Licenciou-se do cargo e foi estudar na França, por quatro anos, tendo obtido seu mestrado e doutorado ambos em Direito Público, pela Universidade de Paris-II. Retornou ao cargo de procurador no Rio de Janeiro e professor concursado da UERJ. Foi visiting scholar no Human Rights Institute da faculdade de direito da Universidade Columbia em Nova York e na Universidade da Califórnia Los Angeles School of Law. Fez estudos complementares de idiomas estrangeiros no Brasil, na Inglaterra, nos Estados Unidos, na Áustria e na Alemanha. É fluente em francês, inglês, alemão e espanhol. Toca piano e violino desde os 16 anos de idade. Foi indicado Ministro do STF por Lula em 2003.

Na verdade quem é Joaquim Barbosa? “Orgulho da família”, diz a prima. “Muito tranqüilo, muito brincalhão”, conta outra prima. “Briguento, com certeza”, diz o primo. A definição do primo ele não escondeu desde que chegou ao Supremo, em 2003.

Joaquim Barbosa foi eleito para ficar na presidência do Supremo Tribunal Federal por dois anos. Nesse período é dele a responsabilidade de definir a ordem dos julgamentos e o que será prioridade. Quase 800 processos estão prontos para serem analisados pelo plenário. Nos últimos anos, o ministro se licenciou diversas vezes por questões de saúde. Mas agora, Joaquim Barbosa, o ex-futuro jogador de futebol, ex-garoto pobre, é o comandante da mais alta Corte do país.

Em Brasília, foi até tarde da noite desta quinta-feira, a comemoração da posse do ministro Joaquim Barbosa como presidente do Supremo Tribunal Federal. No discurso de posse, ele criticou a desigualdade no acesso à Justiça no Brasil. Em uma cerimônia com toda a liturgia do Supremo, com a presença de Dilma Rousseff e várias autoridades e artistas, Joaquim Barbosa conseguiu dar um tom pessoal. Ao discursar, falou pouco e agradeceu a ‘querida mãezinha’. O hino nacional tocado no bandolim. Foi assim que Hamilton de Hollanda homenageou o novo presidente do Supremo. E ele não foi o único artista a prestigiar a posse de Joaquim Barbosa.

A família foi em peso da cidade de Paracatu, em Minas, e ficou na primeira fila. Depois de receber autoridades, Joaquim ouviu as saudações dos colegas. Ao falar da trajetória do primeiro presidente negro do Supremo, o ministro Luis Fux citou o líder sul africano Nelson Mandela e o ativista americano Martin Luther King. “Sonhe como sonhou Mandela pela igualdade e Martin Luther King, que no Madison Square Garden, revelou ter sonhado que um dia homens seriam iguais, trabalhariam e rezariam juntos. E vê-se hoje que os sonhos não inventam”. Joaquim Barbosa encerrou a solenidade falando dos desafios da Justiça. Foi um discurso objetivo. Em pouco mais de 15 minutos, o ministro falou sobre a atuação do judiciário. Disse que a Justiça tem que ser mais rápida, e os juízes independentes, distantes de qualquer tipo de influência. “O judiciário que aspiramos a ter é um judiciário sem firulas, sem floreios, sem rapapés. O que buscamos é um judiciário célere, efetivo e justo. De nada valem as edificações suntuosas, o sofisticado sistema de comunicação e informação, se naquilo que é essencial a Justiça falha. Porque é prestada tardiamente e não rara porque presta um serviço que não é imediatamente fruível por aquele que o buscou”. O presidente reconheceu as limitações do poder judiciário. “É preciso ter honestidade intelectual para reconhecer que há um grande déficit de Justiça entre nós. Nem todos os brasileiros são tratados como iguais quando buscam o serviço da Justiça”.

A cerimônia foi comandada pelo ministro que tem mais tempo de corte, Celso de Mello. Às 15h34, o ministro assinou o termo de compromisso. Antes disso, fez o juramento. "Prometo cumprir os deveres do cargo de presidente do Supremo Tribunal Federal e do Conselho Nacional de Justiça em conformidade com as leis". O ministro já havia assumido interinamente no dia 19 de novembro por conta da aposentadoria do ministro Ayres Britto.

Como nos diz Paulo Freire: “Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção.”... e  Joaquim Barbosa é um exemplo vivo desta construção e de que a Educação transforma o homem.

Com afeto,

Beth Landim

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