Morreu Carlos Nelson Coutinho
lucianaportinho 20/09/2012 17:21
Somo-me aqui aos que registram a morte do intelectual marxista. Quem em algum momento militou na esquerda contemporânea sabe de suas idéias e de sua produção no campo do pensamento e das ciências sociais no Brasil. O velório está sendo realizado hoje no Atrium do Fórum de Ciência e Cultura,RJ. Entre tantas bonitas e sinceras homenagens que circulam na internet, reproduzo emocionado texto coletivo de seus alunos da UFRJ.   [caption id="attachment_4778" align="alignleft" width="262" caption="Ft. Google"][/caption]

A UM POETA DA REVOLUÇÃO BRASILEIRA

Homem que passou por mais de um partido, Carlos Nelson Coutinho foi  extremamente íntegro e coerente com a mesma luta, aquela descrita por Antonio Gramsci em sua Concepção dialética da história:
Criar uma nova cultura não significa apenas fazer individualmente descobertas originais; significa também, e sobretudo, difundir criticamente verdades descobertas, socializá-las por assim dizer; transformá-las portanto em base de ações vitais, em elemento de coordenação e de ordem intelectual e moral. O fato de que uma multidão de pessoas seja levada a pensar coerentemente e de maneira unitária a realidade presente é um fato “filosófico” bem mais importante e original do que a descoberta, por parte de umgênio”, de uma nova verdade que permaneça como patrimônio de pequenos grupos intelectuais.
Para além de suas contribuições originais, sem dúvida, a maior herança deixada pelo tradutor, pelo editor, pelo pensador e pelo militante Carlos Nelson é a difusão de uma “nova cultura”, profundamente comprometida com a luta pelaemancipação humana.
Com imensa generosidade, somente igualável a sua erudição, Carlito, como os amigos e camaradas mais próximos o chamavam, contribuiu para forjar novas gerações de lutadores e lutadoras comprometidos com a transformação social da realidade, solidamente formados naquilo que de melhor a tradição marxista produziu.
Hoje, dia de homenagens e de despedida, não queremos nos privar de dizer que, parafraseando Pablo Neruda nos versos que dedicou ao seu Partido, Carlito se tornou indestrutível, pois com o legado que nos deixa ele não termina em si mesmo, mas segue conosco, nas lutas que irmanadamente assumimos.
Ao prefaciar uma obra sobre a revolução sandinista, certo companheiro afirmou que, na Nicarágua, a poesia tomou o poder. Infelizmente ainda não é possível dizer o mesmo sobre o Brasil. Todavia, camaradas como Carlos Nelson escreveram e nos deixaram belos e importantes versos. Cabe a nós, novas gerações, levar a poesia ao poder!
Camarada Carlos Nelson Coutinho: PRESENTE, PRESENTE, PRESENTE!!!
Corpodiscente da Escola de ServiçoSocial da UFRJ
Rio de Janeiro, 20 de setembro de 2012.
 

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