PELO BEM DA CULTURA
lucianaportinho 15/04/2012 13:21
PELO BEM DA CULTURA Luciana Portinho Na Coluna Ponto Final - Folha da Manhã de ontem, sábado - ficamos sabendo da criação da Orquestra Municipal de Campos, administrativamente vinculada ao Trianon. Sempre fizemos coro à criação de uma Escola Municipal de Música, ela, aliás, poucos anos atrás, quase saiu das intenções e se materializou em convênio com a Escola Estadual de Música Villa-Lobos.  Pela débil vontade política, ficou presa nos corredores da burocracia, gorou. O Estado tem a obrigação de oferecer educação boa e gratuita, no campo da cultura e arte não é diferente.  A criança tem que ser apresentada e estimulada aos mais diversos tipos de criação artística desde novo que é quando ainda possui pensamento menos condicionado pela racionalidade. É capenga a proposta da educação sem vínculo com o ambiente da arte.  A nossa escola pública mal remunera com dignidade seus profissionais, não está plenamente capacitada para tal responsabilidade. Raros são os casos de sucesso; na maior parte oferecem-se momentos de entretenimento à criança. Pois bem, a notícia é boa, a notícia preocupa. Em primeiro, por que desconhece a existência das outras orquestras que só por insuspeita iniciativa, garra e persistência, existem e representam Campos pelas mais variadas localidades e países. Quem não se lembra da tocante movimentação dos músicos fazendo “vaquinha”, até pelas esquinas da nossa cidade para que a ORQUESTRA MARIUCCIA IACOVINO conseguisse se apresentar (a convite) no Carnegie Haal, em Nova Iorque? Como ignorar o projeto “ORQUESTRANDO A VIDA” que envolve músicos de bem que exaustivamente acreditam poder fazer e viver da música de qualidade sem sair de Campos?! E fazem. Tem hora que não dá para enfiar a viola no saco, por mais que eu não deseje ser sectária e pensar de modo pré conceituoso. Como calar diante dessa postura estreita da prefeitura de Campos de sempre querer inventar a roda?! Newton foi craque, Steve Jobs foi gênio. Na vida o avanço se dá por processos.  Por que a PMCG não chama os músicos das orquestras já existentes para estabelecer um projeto comum, aprender com a experiência destes e chegar a um denominador de SOMA!  Acima da política partidária de governos está a inteligência humana, a boa vontade com o outro e a Arte. O segundo aspecto que me preocupa é de que os músicos da futura orquestra serão “escolhidos por uma rigorosa banca examinadora”. Furada, não vai dar certo.  Vivemos em uma cultura local - política e social - frouxa. Nada mais vago do que a informação da banca. Por que então não se faz a escolha, como manda a lei: concurso público. É como é feita a contratação de profissionais da música para qualquer orquestra no Brasil. Só assim Campos terá a segurança de que a Orquestra será para valer e não para inglês ver. Chega um momento na maturidade do humano - ou de uma administração pública municipal rica como a nossa – em que não são mais aceitos os métodos amadores e as meias solas. Pelo bem da Cultura.  

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