A morte de um revolucionário...
bethlandim 07/10/2011 22:38

Steve Jobs protagonizou uma das sagas mais fascinantes de nosso tempo!

Sua vida reuniu drama familiar, construção de um império, traição empresarial, superação e romance. Colocado para adoção logo após o nascimento, o menino nascido em São Francisco, na Califórnia, foi acolhido por uma família simples com a condição de que pudesse cursar a universidade. Uma vez lá, o jovem Steven Paul abandonou os estudos, trocando a graduação promissora por um incerto curso de caligrafia e uma viagem mística pela Índia. De volta aos Estados Unidos, inventou na garagem dos pais, ao lado de um amigo, Steve Wozniak, o que viria a ser o primeiro computador pessoal do mundo. Aos 20 anos, a dupla fundou a Apple. Três anos depois, acumulava 100 milhões de dólares.

Residência da família Jobs

Era considerado o gênio da tecnologia, responsável por revolucionar ao menos três segmentos da indústria (computação pessoal, música, e telefonia) e inovar outra (animação para filmes), morreu esta semana, aos 56 anos de idade. Ex-CEO e força criativa por trás da Apple, lutava desde 2003 contra um câncer raro de pâncreas, que o levou a deixar, em agosto, a direção da companhia que ele fundou em 1976 e ajudou a transformar em uma das mais valiosas do planeta.

Jobs ao lado da esposa, Laurenne, em 2006

Jobs deixa a mulher, Laurene, e quatro filhos – três mulheres e um homem. A vida reservada fez com que Jobs não tivesse contato direto com sua família biológica. Nascido em 24 de fevereiro de 1955, filho dos então estudantes universitários Abdulfattah John Jandali, imigrante sírio e seguidor do islamismo, e Joanne Simpson, foi entregue à adoção quando sua mãe viajou de Wisconsin até a Califórnia para dar à luz. Segundo o pai biológico, os sogros não aprovavam que sua filha se casasse com um imigrante muçulmano. Lá, ele foi adotado por Justin e Clara Jobs, que moravam em Mountain View. Seus pais biológicos depois se casaram e tiveram uma filha, a escritora Mona Simpson, que só descobriu a existência do irmão depois de adulta.

Do pai adotivo, herdou a paixão de montar e desmontar objetos. Steve não chegou a ser um especialista em eletrônicos, mas ao aprender os conceitos básicos conseguiu se aproximar das pessoas certas no lugar certo. Vivendo no Vale do Silício, conheceu Steve Wozniak, gênio criador do primeiro computador da Apple. Trabalhou na Atari até decidir criar, com Wozniak, sua própria empresa.

Jobs e Wozniak

Wozniak, o amigo e cofundador da Apple, concorda com todos os talentos atribuídos a Jobs – apurado senso estético, capacidade de liderar, visão de mercado, poder de comunicação... Mas aponta um que, a seu ver, distancia o ex-CEO da esmagadora maioria dos líderes empresariais e também da maior parte dos mortais: "Ele sabe o que as pessoas querem ver nos produtos e também o que não querem. É um entendimento total do que motiva o ser humano."

No site da Apple, uma nota faz uma homenagem a Jobs: "A Apple perdeu um gênio visionário e criativo, e o mundo perdeu um ser humano incrível. Aqueles que tiveram o prazer de conhecer e trabalhar com Steve perderam um amigo querido e um mentor inspirador. Steve deixa para trás uma companhia que somente ele pôde erguer e seu espírito será para sempre a essência da Apple".

O nome de Jobs está presente em 313 patentes, que tratam de invenções, usadas em produtos como desktops, iPods, iPhones e iPads, incluindo itens de decoração utilizados nas lojas da Apple. As patentes se referem à tecnologia, funcionalidades e também ao design dos aparelhos, um aspecto essencial para Jobs. "Design não é apenas a aparência de um produto. Design é como ele funciona."  Jobs se interessava pela zona de contato entre técnica e design. Era também grande admirador do renascentista Leonardo Da Vinci, o mestre que pintou a Monalisa e esboçou um protótipo do helicóptero.

"Steve Jobs é o Henry Ford da tecnologia", afirma Leander Kahney, autor do livro A Cabeça de Steve Jobs, que aborda a metodologia utilizada por Jobs. "Ele é o maior inovador na indústria da tecnologia voltada ao consumidor." Carmine Gallo, colunista da revista Businessweek, complementa a comparação: "Ele mudou totalmente o modo como interagimos com equipamentos digitais. Se não fosse por Jobs, ainda estaríamos digitando linhas de comando, em linguagem de máquina." Perfeccionista, Jobs criou produtos de uso simples, mas com aparência sofisticada, que mexeram com o imaginário de seus consumidores, criando uma legião de fãs da Apple.

Steve Jobs nos proporcionou o encurtamento das distâncias, a acessibilidade e simplicidade pela tecnologia jamais visto. Steve foi um revolucionário de uma guerra mundial, que não utiliza armas, mas que utiliza a tecnologia em prol da humanidade!

Com afeto,

Beth Landim

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