Pipoca ou Peruá?
bethlandim 25/03/2011 20:55

Li este texto sobre a pipoca e reflito com vocês:

“Milho de pipoca que não passa pelo fogo continua sendo milho para sempre. Assim acontece com a gente. As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo. Quem não passa pelo fogo, fica do mesmo jeito a vida inteira. São pessoas de uma mesmice e uma dureza assombrosa. Só que elas não percebem e acham que seu jeito de ser é o melhor jeito de ser. Mas, de repente, vem o fogo. O fogo é quando a vida nos lança numa situação que nunca imaginamos: a dor! Pode ser fogo de fora: perder um amor, perder um filho, o pai, a mãe, perder o emprego ou ficar pobre. Pode ser fogo de dentro: pânico, medo, ansiedade, depressão ou sofrimento, cujas causas ignoramos.

Há sempre o recurso do remédio: apagar o fogo! Sem fogo o sofrimento diminui. Com isso, a possibilidade da grande transformação também. Imagino que a pobre pipoca, fechada dentro da panela, lá dentro cada vez mais quente, pensa que sua hora chegou: Vai morrer. Dentro de sua casca dura, fechada em si mesma, ela não pode imaginar um destino diferente para si. Não pode imaginar a transformação que está sendo preparada para ela.

A pipoca não imagina aquilo que ela é capaz. Aí, sem  aviso prévio, pelo poder do fogo e grande transformação acontece: BUM! E ela aparece como uma outra coisa completamente diferente, algo que ela mesma nunca havia sonhado. Bom, mas ainda temos o peruá, que é o milho de pipoca que se recusa a estourar. São como aquelas pessoas que, por mais que o fogo esquente, se recusam a mudar. Elas acham que não pode existir coisa mais maravilhosa do que o jeito delas serem. A presunção e o medo são a dura casca do milho que não estoura. No entanto, o destino delas é triste, já que ficarão duras a vida inteira!!! Deus é o fogo que amacia o nosso coração, tirando o que nele há de melhor!”

Acredito que para extrairmos o melhor de dentro de nós, temos que, assim como a pipoca, passar pelas provas da vida. Talvez hoje você não entenda o motivo de estar passando por alguma coisa... Mas tenha certeza que quanto mais quente o fogo mais rápido a pipoca estoura.

E nas durezas da vida, vem sempre o seu célebre acompanhamento, o aprendizado que passamos a levar junto conosco, como bagagem “sine qua non” do nosso cotidiano, pois o que aprendemos pela dor sempre fica para o nosso aprendizado. Muitas vezes não somos capazes de absorver a lição na primeira experiência, e aí temos a grata surpresa de nos depararmos novamente com a dor da mesma natureza, em intensidade mais forte, nos convidando com sutileza ao aprendizado proposto.

Quando pensamos em tudo que temos que transfigurar em nós para uma vida melhor, desanimamos literalmente. Desanimamos, pois temos dificuldades em lidar com metas, pois elas não são imediatistas e sim fruto de grande esforço, contínuo pensamento positivo, regado com determinação e fé. Neste momento nos sentimos impotentes diante dos grandes desafios que a vida nos propõe e sempre adiamos o primeiro passo. O receio é grande. Muitos de nós adiamos tanto e tanto que a vida se escoa, nos tirando a oportunidade de nos mostrar o quanto somos capazes, de como o sol brilha, iluminando nosso caminho, nos conduzindo na trilha da paz interior, da solidariedade, do bom senso e do enfrentamento frente às mudanças, do saber voltar atrás...

Repensar conflitos, objetivos, metas, palavras, posturas... sábio comportamento, pois o primeiro passo para a nossa transformação é a nossa mudança interior que vem de forma automática quando nos deixamos sintonizar com o divino que habita em nós. Baixe a guarda com você mesmo. Admita que como ser humano cometemos falhas e falhas em nosso percurso. Perdoe-se a si mesmo e tenha equilíbrio e tranqüilidade em sua alma. Como nos diz de forma tão bela Shakespeare: “...plante seu jardim e decore sua alma ao invés de esperar que alguém lhe traga flores...”.

E assim a vida sempre segue. Que possamos estar prontos para seguir com ela do nascer do sol de cada dia ao seu ocaso, carregando junto conosco, em nosso coração, muitas sementes de esperança. Dentro deste contexto de tanta receptividade devemos nos lembrar, sempre, de agradecer a Deus pelas bênçãos da vida, que nos visitam cotidianamente, nos trazendo emoção, alegria, contatos benéficos, pessoas que são como os anjos, sorrisos que nos iluminam, abraços que nos energizam, mãos que apertam as nossas e nos mostram as dimensões do infinito, e abraços que vem de encontro aos nossos braços e nos fazem nos sentir verdadeiramente no colo de Deus! Podemos sempre escolher se queremos ser como a pipoca ou o peruá.

Com afeto,

Beth Landim

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