O Globo na Folha.
lucianaportinho 20/11/2010 20:06
Artigo de campista em O GLOBO. Muitos enviam, mas, poucos são publicados. O campista Nino Bellieny, pela segunda vez tem um artigo escrito por ele, destacado na seção  Opinião, de O GLOBO. O artigo provocou uma onda de comentários estabelecendo um saudável debate sobre drogas. Motivo de orgulho para todos nós. Nino já teve três fotos estampadas aqui em nosso blog. Veja o artigo http://oglobo.globo.com/opiniao/mat/2010/11/19/zumbis-da-cracolandia-923057012.asp.
ZUMBIS DA CRACOLÂNDIA Nino Bellieny Ao assistir, na última quinta-feira, ao jornal "Bom Dia Brasil", da TV Globo, ainda sonolento, pensei que estava vendo uma chamada de algum filme de zumbis. Gênero levado a sério, principalmente pelo diretor George Romero, responsável por cenas antológicas em que mortos-vivos perambulam pelas ruas de grandes cidades se alimentando dos cérebros de humanos que automaticamente se tornam outros zumbis em escala progressiva. As imagens na tela da TV não diferenciavam em nada. A maioria era de homens, esqueléticos, esfarrapados, cambaleantes, usando cobertores, blusas de capuz, sentados, deitados, caminhando sem destino naqueles quatro quarteirões do Centro de São Paulo. Aos poucos, como nos filmes de terror, se multiplicam e conquistam novos espaços. Hoje um quarteirão, amanhã um bairro, depois a cidade e o país inteiro. Cérebros sendo devorados por uma droga barata e incontrolável. Os carros de polícia dão meia volta, as autoridades dão soluções pela metade e vidas inteiras se destroçam. A câmera passeia pelas noites das ruas mal iluminadas. Não consigo dissociar o que vejo dos inúmeros filmes vistos. Nem mesmo o mais criativo diretor precisaria alterar nada para rodar uma história. A legião de mortos-vivos do crack se espalha com a mesma velocidade que a droga leva para chegar ao sistema nervoso central e ali se instalar até chupar toda a vontade do hospedeiro. Enquanto isso, o mundo em volta parece não se importar. Quando a reação vier, poderá ser tarde demais e gerações inteiras estarão perdidas num filme de final previsível.

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