__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Há uma confusão no ardente e merecido desejo de muitos brasileiros por justiça, punição e fim da corrupção institucionalizada, uma corrupção de capacidade regenerativa como a do rabo de lagartixa. Nas redes sociais, uma das mais citadas cantilenas do momento clama por Guerra Civil. Como se fosse a panacéia curativa. Vindas de quem tem conhecimento histórico, tudo bem. Sabe do que está falando, não precisará de desculpas por professar tal desejo. Para quem quiser avaliar pessoalmente há muitas pelo mundo e a da Síria é um bom, ( mau), exemplo. Quando tais comentários surgem de quem não tem a noção mínima do que seja, o espanto é maior. Talvez pense que, uma guerra entre pessoas do mesmo país, tenha hora e dia certo para começar e terminar. Ou que os combates fiquem isolados em um determinado espaço geográfico, como se todos combinassem lutar somente em um lugar no meio do nada, bem longe das cidades. Uma guerra não define quem é bom ou ruim, deixando de fora nossa família, amigos e conhecidos. A guerra  não vai poupá-los, nem aos pobres,  humildes e justos. Bombas não fazem distinção. Santo engano. Guerras, sejam contra inimigos externos ou entre os de uma mesma nacionalidade, não têm controle. Não é um vídeogame. Como ignorar que, de 1861 a 1865, 600 mil americanos morreram em uma das mais famosas: A Guerra da Secessão, nos EUA? Uma carnificina fraternal, como já aconteceu na Espanha, Biafra, Ruanda, Burundi... e ainda acontece pelo mundo. Dá para imaginar quantos pereceriam em uma assim nos dias de hoje no Brasil? E de quanto seria o prejuízo causado pelo colapso nos transportes, trabalho, alimentação e saúde? Talvez seja melhor perguntar a um sobrevivente o que ele pensa. Certas coisas somente quem as viveu pode dizer como é.