Garotinho ofereceu até R$ 5 milhões para evitar prisão, denuncia juiz
Arnaldo Neto 19/11/2016 12:29
[caption id="attachment_10684" align="alignleft" width="300"]Garotinho-preso Foto: Fábio Guimarães/Agência O Globo[/caption] A Procuradoria Regional Eleitoral no Rio de Janeiro (PRE/RJ) requereu à Polícia Federal que instaure um inquérito para apurar suspeita de que o ex-governador Anthony Garotinho e o filho dele Wladimir Matheus teriam oferecido R$ 1,5 milhão e R$ 5 milhões, por meio de terceiros, ao juiz da 100ª Zona Eleitoral de Campos dos Goytacazes, Glaucenir Silva de Oliveira, com o objetivo de influenciar as decisões do magistrado, inclusive para evitar a prisão do ex-governador. O relato foi feito pelo próprio juiz à Procuradoria Eleitoral, que decretou a prisão do ex-governador. De acordo com o procurador regional eleitoral Sidney Madruga, o magistrado relatou que intermediários do ex-governador procuraram pessoas próximas dele para oferecer dinheiro: “Foram duas propostas: uma de R$ 1,5 milhão e a outra de R$ 5 milhões”. Em ofício encaminhado na noite de sexta-feira (18) à chefia da Delegacia de Defesa Institucional da PF-RJ (Delinst), o procurador ressalta a gravidade dos fatos apontados, “que configurariam um caso explícito de corrupção”. “Os fatos serão apurados, em caráter urgente, pelo Ministério Público e Polícia Federal, pois a situação retratada pelo magistrado é extremamente grave", diz o procurador. O ex-governador foi preso (aqui) na quarta-feira (16) em um apartamento no Flamengo, Zona Sul do Rio, na Operação Chequinho. Ele é suspeito de liderar um esquema de compra de votos utilizando-se o Cheque Cidadão, programa de complemento de renda do governo de Campos. Fonte: O Globo Atualização às 15h: No blog Na Curva do Rio, a jornalista Suzy Monteiro falou primeiro sobre a acusação de propina. Nota do TRE: O Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro entende que o revelado oferecimento de propina ao juiz eleitoral Glaucenir Silva de Oliveira para evitar a prisão do ex-governador Anthony Garotinho é de extrema gravidade. Para o TRE-RJ, os fatos devem ser apurados com rigor. A Justiça Eleitoral fluminense já encaminhou expediente ao Ministério Público Federal e à Superintendência da Polícia Federal para que sejam tomadas as providências necessárias. O desembargador eleitoral Marco Couto, relator dos Habeas Corpus em favor do ex-governador, e que indeferiu, em caráter liminar, os pedidos de liberdade, também já está ciente do fato. Atualização às 16h49 — Nota da defesa de Garotinho: O advogado de defesa da família de Garotinho, Fernando Augusto Fernandes, irá representar contra o juiz da 100ª Zona Eleitoral de Campos dos Goytacazes, Glaucenir Silva de Oliveira, pelo Crime de Denunciação Caluniosa. “As atitudes do juiz, as cenas grotescas da semana passada e o  abuso de autoridade merecem resposta unicamente jurídica. E o juiz  irá responder criminalmente por denunciação caluniosa, previstos no Artigo 339”. afirma o advogado.  

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