O Dória tem razão!
Robson Colla 16/10/2016 22:23
Sim, o Dória tem razão quando, em entrevista à jornalista Míriam Leitão, na Globonews, disse que não é razoável, em uma sociedade que se mostra cada vez mais tecnológica, que os órgãos públicos, principalmente a prefeitura, ainda esteja no tempo dos processos amarrados com barbante. Esse é o cenário encontrado não só na maior e mais rica cidade do país mas em quase a totalidade de cidades desse imenso Brasil. A justiça brasileira, sempre criticada por sua morosidade, era o exemplo mais claro dessa realidade. Pilhas e pilhas de processos, ocupando enormes espaços e acumulando poeira até que alguma boa alma tivesse o interesse e a boa vontade de retirá-lo da pilha e dar-lhe prosseguimento. Pois bem! A justiça mudou e modernizou-se. Todos os processos são digitais. O mesmo acontece com o comércio e serviços, que utilizam as notas fiscais eletrônicas. Em ambos os casos é exigida a certificação digital. Porque nas prefeituras não se adota a mesma tecnologia? Porque temos que imprimir páginas e páginas de memorandos, ofícios e pareceres, se podemos fazer isso de forma eletrônica?!?! Certa vez, ainda no CIDAC, tendo que passar uma determinação chegada do TCE-RJ a todas as secretarias e demais órgãos da Prefeitura de Campos, tive que emitir 32 ofícios internos, os quais, sendo impressos em duas vias e tendo como capa o protocolo de entrega, resultou em 96 páginas impressas, um gasto enorme de energia, tinta da impressora, tempo do operador e, pior de tudo, dois dias inteiros para fazer a entrega de todos os ofícios, gastando-se gasolina e tempo de um servidor público que tinha que protocolar o ofício em cada órgão. Estou falando somente de um ofício expedido por um órgão pequeno como o CIDAC. Agora imagine as grandes secretarias e órgãos da administração direta e indireta, emitindo esse tipo de documento dia após dia. Quanto não se gasta de papel, energia, tinta, gasolina e tempo para fazer um serviço que pode-se fazer, com toda a segurança, em segundos?!?! O CIDAC vem desenvolvendo, com tecnologia própria, um novo sistema de protocolo e acompanhamento processual que já contempla, em seu bojo, a confecção e envio de memorandos e ofícios de forma eletrônica, assim como um sistema que gerencia todo o processo licitatório. É o primeiro passo para que tenhamos uma prefeitura realmente eletrônica, que dê ao cidadão transparência, celeridade e facilidade ao seu dia-a-dia. Muito precisa ser feito para se avançar na questão tecnológica em todos os municípios do país, mas isso somente ocorrerá se for colocado como meta de governo. Caso contrário continuaremos, por muito tempo, ajudando os fabricantes de barbante a se manterem no mercado. Pois é, o Dória tem razão!

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