Lula diz “estar indignado com as coisas que estão acontecendo no país”
Arnaldo Neto 15/09/2016 14:51
coletiva_3 O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira (15), em entrevista coletiva em São Paulo, estar “indignado com as coisas que estão acontecendo no país”. Lula concedeu a entrevista um dia após ter sido denunciado (aqui) pelo Ministério Público Federal (MPF) por corrupção passiva e lavagem de dinheiro dentro da Operação Lava Jato. — (Esta coletiva) É de um cidadão indignado com as coisas que aconteceram e estão acontecendo neste país. Penso que, neste país, tem pouca gente com a vida mais pública, mais fiscalizada que a minha — disse o ex-presidente. Ele iniciou o discurso elogiando os advogados de defesa e disse que a esposa, Marisa Letícia, não compareceu à coletiva porque os “filhos pediram para almoçar com ela”. Lula também elogiou o PT, partido do qual é um dos fundadores. “Tenho orgulho profundamente de ter criado o mais importante partido de esquerda da América Latina”, disse. “Nós fomos elegendo prefeitos, vereadores e, com apenas 20 anos de existência, ganhamos as eleições (presidenciais) neste país. Era uma coisa inesperada”, acrescentou. O ex-presidente disse ainda que tentaram fazer com ele, em 2005, enquanto presidente da República, “o mesmo que fizeram com Dilma”, em referência ao processo de impeachment. “Inventaram uma mentira e tornaram essa mentira uma verdade aos olhos da opinião pública e fizeram com que deputados, em uma noite que nunca o Brasil esquecerá, recomendassem que a Dilma fosse passar pela admissibilidade do Senado. Sempre entendi que o Senado tinha um nível superior”, disse. “Eles conseguiram dar um golpe tranquilo e pacífico, sem militares nas ruas”, acrescentou. Lula comparou-se aos ex-presidentes Juscelino Kubitschek, Getúlio Vargas e João Goulart. “Juscelino foi vítima de mais inquéritos que eu. Não tenho a vocação de Getúlio para me dar o tiro, do Jango, para sair do Brasil. Portanto, se eles querem me tirar, vão ter que disputar comigo, na rua. Eles achavam que eu estava vencido. Não sangrei e fui reeleito em 2006 embaixo da maior baixaria eleitoral acontecida até então. Meu adversário com cara de santinho, estava nervoso. Eu me ‘quedei’ tranquilo e ganhei as eleições. Tenho consciência de que meu fracasso teria agradado meus adversários e não teria despertado tanto ódio com o PT. O que despertou a ira foi o sucesso do meu governo, a maior política de inclusão social desse país”, disse.

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

    Sobre o autor

    Arnaldo Neto

    [email protected]

    BLOGS - MAIS LIDAS