Equalizando
Marcos Almeida 24/08/2016 15:35

abf0fee78e630e92815c11550a22dde0_390x293Ótima matéria sobre a equalização da atividade das ondas cerebrais, via brain machine (equipamento de luz e som), sendo conduzido por um dos experts no assunto, o Doutorando Maurício Calomeni. Vale a leitura. Bons treinos!

Principal órgão do corpo humano, o cérebro é o responsável por coordenar todas as nossas funções. Especificamente no caso dos atletas, amadores ou profissionais, é de suma importância utilizar estratégias de treinamento mental para potencializar o desempenho do cérebro e, com isso, a performance geral desse esportista.

Uma pesquisa vem sendo conduzida pelo Isecensa junto à equipe de vôlei feminino do Censa, escola da mesma mantenedora da instituição de ensino superior, que participa regularmente de torneios estudantis. De acordo com o coordenador do curso de Educação Física do Isecensa, Mauricio Calomeni, é utilizado o aparelho Brain Machine como aliado na obtenção de resultados através da equalização da atividade das ondas cerebrais. “É um aparelho eletrônico composto por um par de óculos equipados com luzes led, fones de ouvido e um processador capaz de induzir a um estado cerebral específico. Equipamentos similares já são adotados por delegações esportivas de vários países”.

O coordenador explica que o aparelho auxilia o atleta a obter um bom desempenho por meio de estímulos de luz e de som ao cérebro, aumentando a capacidade de percepção, concentração e processamento mental desse esportista.

Pesquisa está em sua segunda fase — Hoje, a pesquisa aborda especificamente a potência muscular aplicada ao salto, que é algo fundamental no vôlei. Nesta etapa, o coordenador Mauricio Calomeni e duas alunas do curso de Educação Física do Isecensa avaliam 15 atletas, com idades entre 15 e 18 anos, uma vez por semana. O treinamento mental é aplicado cerca de 15 minutos antes do início do treino.

— É esperado que o Brain Machine, associado ao treinamento mental, possa influenciar o controle do cérebro sobre o recrutamento das fibras musculares nos treinos dessas atletas e garantir um desempenho mais satisfatório na modalidade esportiva — avaliou o coordenador. A previsão é de que esta fase da pesquisa seja concluída até dezembro.

O trabalho começou a ser desenvolvido no segundo semestre do ano passado. Na primeira fase, a pesquisa durou um mês e envolveu 12 atletas, da mesma faixa etária, com o objetivo de comprovar que por meio do pensamento é possível ativar a musculatura dos membros inferiores como se estivesse sendo executado o movimento real. O assunto, inclusive, foi tema do trabalho de conclusão de curso de Jéssica Vianna, aluna do 8º período do curso de Educação Física do Isecensa.

— A área da neurociência aplicada ao esporte está em grande expansão. Acredito que essa pesquisa é importante para abrir portas para uma série de outras metodologias que possam vir a ser testadas e comprovadas. Daqui pra frente, também pretendo aplicar essas ferramentas na melhoria do desempenho de alunos em sala de aula — disse ela.

Segundo Calomeni, a intenção é de que na terceira fase as atletas possam passar pelo trabalho de treinamento mental antes de todos os treinos, para que as estratégias se consolidem de forma crônica. “Também pretendemos iniciar a pesquisa envolvendo atletas do Censa de outras modalidades esportivas”, acrescentou.

Bom desempenho em quadra — Desde que iniciaram o trabalho de treinamento mental com o uso do Brain Machine, as atletas do vôlei feminino do Censa conseguiram boas colocações em torneios esportivos. No ano passado, em suas respectivas categorias, garantiram a segunda colocação no Intercolegial, considerado o maior evento estudantil do Brasil, e o terceiro lugar na Liga de Voleibol das Escolas do Estado do Rio de Janeiro. Inclusive, na edição deste ano da Liga, elas já estão classificadas para a semifinal sub-18, prevista para ser disputada em setembro.

Isabela Freitas, 16 anos, é aluna do 2º ano do Ensino Médio do Censa e integra a equipe de vôlei feminino da instituição. Ela diz que já percebeu a diferença em seu rendimento em quadra desde que o trabalho começou a ser desenvolvido. “Eu não tinha tanta facilidade para saltar. Agora, percebo que a qualidade do meu salto e do meu bloqueio é bem melhor. Minha concentração durante os treinos também melhorou bastante”, afirmou a estudante.

Fonte: Folha da Manhã

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    Marcos Almeida

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    Marcos Almeida é assessor esportivo, especialista em Ciência da Musculação e mestre em Ciência da Motricidade Humana.

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