O Imparcialismo
Nino Bellieny 31/08/2016 20:01

____________________________________________________________________________________________________________________________

A imparcialidade existe? De quem devemos exigir?

Artigo de Sérgio Nunes*   Ultimamente venho acompanhando a mídia local e a partir de um vídeo que assisti recentemente, acredito que está surgindo uma nova modalidade de fazer jornalismo em sites e blogs, não só durante o período eleitoral.   A nova modalidade de jornalismo que acredito tenha sido criada, em forma de dobradinha, pelos conhecidos jornalistas e blogueiros Nino Belliery e Adilson Ribeiro, me chamou a atenção pelo novo formato de se fazer programa de entrevista.   O tema abordado no vídeo que assisti foi sobre o oportuno processo eleitoral envolvendo o questionamento do registro da candidatura de um dos candidatos e que, teve de um lado como entrevistados dois profissionais que atuam na área jurídico-eleitoral, e de outro lado os não menos profissionais do jornalismo já citados.    A tentativa de imparcialidade dos jornalistas entrevistadores em contraste com a clara demonstração de parcialidade dos entrevistados (o que não deveria ser diferente), foi o que coroou de êxito e alto nível a entrevista entre os representantes das correntes eleitorais contrárias.   Foi um verdadeiro debate onde se verificou a neutralidade por parte dos entrevistadores que garantiram aos representantes dos dois candidatos entrevistados se degladiarem (no bom sentido) em defesa de suas teses. Um afirmando que o registro do outro foi intempestivo e outro que o foi tempestivo.   Daí, resolvi trazer à reflexão esse que considero um intrincado tema que é a imparcialidade, formular as questões que intitulam este texto e fazer as seguintes digressões:   Embora afeta as várias atividades humanas, muitas vezes a imparcialidade recebe contornos diferentes e se contrapõe ao seu real significado.   Imparcialidade, justeza, retidão, isonomia, equidade e neutralidade são adjetivos intimamente ligados a sentimento de justiça e, normalmente, constituem-se em princípios a serem observados para validar os atos daqueles que exercem a dolorosa função de julgar. 01 Sabemos que um juiz tem como uma das principais preocupações e atribuição a imparcialidade em suas decisões, mas às vezes assim ela  não é encarada por todos os envolvidos em determinados casos, embora a isso a lei o impõe sempre que manifeste a esperada justiça.   De modo contrário, aos jornalistas e blogueiros não sem impõe a imparcialidade, o que deles se exige é honestidade, respeito e cuidado com suas fontes de informação, para evitar a divulgação de notícias desprovidas de verdade e permitir que seus leitores tirem conclusões equivocadas.   Em relação aos professores, articulistas, conferencistas e doutrinadores existe uma linha tênue de divisão equitativa entre suas atividades de magistério quando exercida por profissionais (o que é muito encontradiço nos dias atuais), e nem sempre guardam relação com a imparcialidade.   Há atividades como é a exercidas pelos advogados, parlamentares e políticos em geral que tem suas especificidades próprias e deles não se pode exigir imparcialidade, uma vez que a parcialidade emerge dos postulados de defesa de suas teses, ora em favor de seus clientes, ora em favor do interesse público.   A exceção dos juízes, cuja imparcialidade nos julgamentos se impõe, nada vejo que impeça aos demais profissionais, o tanto quanto possível, trilhar o caminho inaugurado pelos jornalistas Nino Bellieny e Adilson no vídeo que assisti, prestigiando-se o contraditório em suas produções literárias.   Esta é a minha reflexão sobre o tema. *Sérgio Nunes é Advogado   

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

    Sobre o autor

    Nino Bellieny

    [email protected]

    BLOGS - MAIS LIDAS