Canto do cisne desafinado na Câmara de Campos
Arnaldo Neto 31/08/2016 11:03
Ponto-final1
Canto do cisne desafinado
O presidente da Câmara de Campos, Edson Batista (PTB), anunciou a aposentadoria da vida política, após cinco mandatos de vereador e uma trajetória sempre ligada ao grupo que governa a cidade há quase 30 anos. Porém, seus últimos dias de vida pública parecem confirmar a subserviência ao Executivo, que lhe é imputada pelos opositores. Uma despedida melancólica, seu canto do cisne desafinado. Apesar de Edson dizer que vai manter os debates na Câmara nesse período eleitoral, ontem, mais uma vez, foi a prova de que isso não está acontecendo.   Subserviência Evitar debates na Câmara em período eleitoral só favorece a um grupo político: ao que está no poder. Não é de hoje que os vereadores de oposição cobram debates mais aprofundados no parlamento, com assuntos que muitas vezes ficam engavetados ou são abafados pelo rolo compressor. Não à toa, rotularam a Casa como um “puxadinho do Cesec”, um parlamento que ao invés de fiscalizar, estaria a serviço do Executivo.   Mudança Não é por menos que até mesmo no grupo garotista a ala mais jovem fala que é preciso renovar. Muitos desses admitem que é preciso deixar de lado a velha política dos “cabeças brancas”. E se fosse necessário escolher alguém do grupo que possa personificar os “cabeças brancas”, não seria muito difícil imaginar qual seria a figura favorita.   Juízo final Chega ao fim em Brasília o processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff. A previsão do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, que preside o julgamento no Senado, é encerrar hoje. Se 54 senadores apontarem que Dilma cometeu crime de responsabilidade, ela deixa o cargo definitivamente e perde os direitos políticos. Assim, Michel Temer passa de presidente interino a efetivo. Do contrário, Dilma volta a ser presidente imediatamente — fato que, segundo consultas preliminares, é muito difícil acontecer.   Atafona Representantes do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) estiveram em Atafona para iniciar o licenciamento das obras de contenção do avanço do mar. Estudos do Instituto Nacional de Pesquisas Hidroviárias (INPH), apresentados em 2015, concluíram que é possível barrar o processo de erosão marítima de Atafona até a praia de Grussaí, em São João da Barra. Como o período é de crise, faltam recursos, mas a intenção é dar celeridade às questões burocráticas.   Compromisso Os estudos para conter o avanço do mar em Atafona tiveram início em 2013, já no governo do atual prefeito, Neco (PMDB). Entretanto, a conclusão desse projeto é superior a questões partidárias. Independente de quem seja o administrador do município no ano que vem, deve assumir o compromisso de concluir as obras. A restauração da orla de Atafona é uma questão coletiva, de interesse público e que ultrapassa os limites geográficos de São João da Barra.   Greve Setembro é marcado por uma certeza no Brasil: greve dos bancários. E este não deve ser diferente. Os sindicatos já se mobilizam para negociação de reajuste e a paralisação nos próximos dias é quase certa. O comércio varejista é um dos mais atingidos nesse período, já que menos dinheiro em espécie passa a circular. Projeção nada animadora para um ano que não foi dos melhores para o comércio. Publicado na edição desta quarta-feira (31) da Folha da Manhã. 

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