Luana Pelo Mundo
Nino Bellieny 27/07/2016 16:52
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Luana Dias viajante física e espiritual, de cada lugar visitado trouxe mais do que objetos e fotografias. Trouxe um jeito a mais para a vida, a maior de todas as viagens.

Conheça a mulher que conhece inúmeros lugares muito além daqui/daí:

-6 O BICHO DA MAÇÃ DO MUNDO MORDE E FAZ VIAJAR Tudo começou com um projeto acadêmico, unindo as duas graduações que eu fazia ao mesmo tempo: Turismo e Espanhol. Inicialmente o objetivo era rodar a América do Sul para pesquisar sobre as nuances da língua espanhola. Com isso veio o gosto pela fotografia, as imagens começaram a fazer parte do ponto de partida para os meus textos. E depois de rodar o Peru, Colômbia, Chile, Equador, Argentina, Uruguay, Bolívia, Paraguai, Caribe, México, senti a necessidade de cruzar o Oceano Atlântico. Do Velho Mundo, berço da nossa origem e latinidade, me perdi e me encontrei pela Itália, Portugal, Espanha, França. E como não chegar ao berço da nossa civilização? Me lancei para o Norte da África, um sonho de criança (sou fã de filmes clássicos) e admito: conhecer Casablanca foi um momento único na minha vida. Entrei pelos mistérios do deserto. Impossível não se encantar com o Saara, conhecendo a Tunísia e o Egito. Passei um mês na Ásia, revendo todos os meus conceitos de vida, voltei com um novo olhar e despida de muitos preconceitos. Me encantei com a Tailândia e o Nepal, mas a Índia... ah... a Índia transforma a gente. -3 CAMINHO E depois de tantas idas e vindas, vi a necessidade de estudar Línguas, começando pelo alemão, um quebra cabeça de doer os olhos, além do francês e do árabe. Artista,  bailarina clássica, vivo rodeada de crianças que sonham com o Mundo, mas o que é o Mundo? O Mundo é aquilo que vemos além das janelas e não temos a noção real do tamanho e idade. O Mundo é novo, é velho. É criança, é ancião. O Mundo cabe no seu abraço e não cabe no espaço dos passos das suas pernas. Atualmente viajo de três em três meses, às vezes menos. Busco conciliar minhas partidas com o término de projetos, feriados e claro, promoções de passagens. INCOMUM -7   BNB-O estilo de viagem Depende do orçamento, do lugar. Já fiquei em hostel, como também no Lebua Bangkok (aquele do filme Se beber não case), sou muito criança adoro um play-ground. BNB- A viagem mais cheia de surpresas e peripécias Complicado, escolher um lugar, porque todos foram especiais e transformadores. Mas acho que foi a viagem ao Marrocos. Eu não tinha noção do que era um país árabe. E também não era viajante, era turista! E tive uma postura muito feia, usei roupas super decotadas, com todas as tatuagens à mostra. Eu queria impor algo que não tinha sentido. Com o tempo aprendi que quando somos visita, não abrimos a geladeira. Apesar de ter sido meu grande sonho, fiquei com a sensação de que preciso voltar! Voltar com os olhos que tenho hoje: de quem aprendeu árabe e lê o Alcorão. Tenho uma dívida comigo. -1 BNB- Já passou por países em conflitos ou guerras? Fui à Tunísia após a Primavera Árabe, peguei muitos tanques nas ruas e tensão no ar. Ano passado estive no Egito, logo após os ataques do IE, o clima estava pesadíssimo. E estive na França em Fevereiro, com alerta de atentado full time. Eu tenho uma lenda sobre minhas viagens, sempre acontece algo depois que passo pelo lugar. (seria eu uma mensageira do apocalipse?). Três meses após minha estada no Nepal teve o terremoto, o atentado da Tunísia foi no hotel onde estive hospedada, tenho fotos nos locais exatos onde as bombas explodiram ano passado na Tailândia. Uma semana depois da minha estada no Egito, um hotel ao lado do que eu estava foi alvo de tiros. Meu anjo da guarda faz hora extra. BNB-Em quantos países esteve? Em 26, mas sempre volto aqueles que me são caros, pelo menos uma vez ao ano, onde fiz amigos queridos e uma identidade com alguns lugares. BNB-Quando fez a primeira? Minha primeira viagem, a de verdade, foi ainda criança no colo da minha avó, com suas estórias. Ela foi e sempre será a “Pessoa” crucial na formação do que sou hoje. Minha maior incentivadora e a mulher mais corajosa que conheci. Minha avó me apresentou aos livros, me mostrou um mundo que eu não conhecia. Em todas as minhas viagens, fazia dos meus olhos os dela, até que no dia 14 de fevereiro desse ano, às 4 horas da manhã em Paris recebo a ligação da minha irmã dizendo que ela tinha falecido. Depois de muitas escalas, choro e angustia, cheguei a Campos em tempo de me despedir da minha Vó Bebé. -2 BNB-As faculdades Termino as duas graduações ao mesmo tempo nesse semestre. Nem eu mesma acredito será mesmo verdade? Sim! Viva! BNB-Pretende continuar a ter base no Brasil ou morar em cada lugar por um tempo? Amo Campos, sinto uma vontade enorme de voltar. Trabalho duas vezes na semana na cidade e toda minha referência de vida é na planície. Há cinco anos mudei-me para Rio das Ostras, fiz amigos e tenho um trabalho que me permite ser artista e criativa. Mas não é o meu lugar. Não tenho aquela sensação de pertencimento. Pretendo ir para o Chile em dezembro desse ano, com a perspectiva de viver um ano. Estudar, pesquisar e colocar o pé na segunda parte do meu projeto Identidade – Impressões e Expressões. Que envolvem uma série de imagens e relatos de viagem. Qual a maior lição aprendida nessas trips? Que somos grão de areia, poeira do deserto, frágeis como formigas sob a pata do elefante. Não somos nada. Vamos passar, simplesmente passar. Podemos construir palácios, mover muralhas, conquistar impérios, mas apenas vamos passar. Simplesmente somos passageiros. -4 BNB-Um lugar exótico Bungamati Nepal, a certeza de que o pouco é muito. BNB-O mais distante O umbigo do mundo, sim eu estive lá! Rapa Nui Island,( Ilha de Páscoa), o eixo do triângulo polinésio. O ponto mais distante de um continente. Ah realizei meu sonho: Eu abracei um Moai! -9 BNB-Se apaixonou por algum país e pensou em ficar?  Eu tenho uma relação de amor com o Chile, uma relação profunda que não sei explicar. É o lugar que sempre volto, que me sinto em casa. Conheço bem e não conheço nada. Aquele país sempre me surpreende. Minha relação de amor com a espinha dorsal desse planeta, a cordilheira dos Andes é algo profundo e denso, que preciso viver mais intensamente. Tenho um espírito de Condor, a ave das Américas, ganho os céus. Mas sei sempre o caminho de casa, para os meus e quem realmente importa. -10 BNB-Dicas de sobrevivência Planejamento, desprendimento e coragem. -11  BNB-O que não pode faltar na mala/mochila/bolsa? Em cada viagem levo menos coisas, percebemos que não precisamos de muito para SER. O que não falta mesmo é uma Nikon, algumas lentes e cartões de memória. BNB-O lugar mais inesquecível O próximo, vivo na expectativa do próximo destino. -15 BNB-Patrocínio Não danço no sinal, mas vivo disso desde meus 18 anos. Quem me patrocina é a minha arte, meu trabalho. Cheguei a um ponto que me permito viver o que sonho. Como disse antes, não preciso de muito, preciso apenas de asas. Mas acho que chegou a hora de ver mais seriamente esses meus voos. 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