De Onde Saímos para Onde Vamos quando o Assunto é Política
Nino Bellieny 16/06/2016 15:55
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Por Guilherme Fonseca Cardoso*
Há um clima de incerteza no cenário político com a proximidade das eleições municipais. O país está parado, o governo do Estado do Rio enfrentando uma crise fiscal sem precedentes e o descontentamento do eleitor com os políticos e a política de uma maneira em geral se agrava dia a dia diante dos avanços da operação Lava Jato, mostrando que a corrupção não tem ideologia e que aqueles que se fizeram politicamente se dizendo combatentes da corrupção endêmica a transformaram em sistêmica.
Trazendo para o campo prático, nota-se poucas inovações no trato político. É como se persistisse a visão de que o eleitor aceita tudo. Não aceita. O eleitor fica é refém das circunstâncias que lhe são oferecidas.
De fato nada muda de um dia para o outro, mas na ebulição em que a política brasileira se encontra, algo de novo acontecerá.
Não menosprezemos a inteligência do portador do título eleitoral. Não confundamos o Brasil da era digital com o Brasil anterior a popularização das redes sociais. O perfil do eleitor, penso eu, mudará a medida que ele deixa o  isolamento da comunicação, recebendo informações no conta-gotas.
Hoje, em qualquer ponto de ônibus da cidade nós temos acesso às informações via celular, na espera numa fila qualquer da vida se tem a oportunidade de saber as principais notícias do país na palma da mão. O político que despreza isso estará fadado ao fracasso, porque agora será possível comparar. Antes, aqueles mais ricos podiam construir uma imagem artificial graças ao marketing político e os mais malandros se faziam atrás de um perfil populista, típico daqueles que são vistos, mas não fazem nada acontecer.
du?vida
Os políticos preguiçosos, que não estudam, que não querem aprender coisas novas e se inteirar de novos métodos de soluções dos problemas públicos serão excluídos na medida que o tempo for passando. Muitos que se mantiveram de pé até hoje foram amparados sabem em que? No conta-gotas da notícia. Hoje não é assim mais. Mitos construídos pelo marketing pessoal são destroçados pela opinião pública que se manifesta de maneira horizontal em seus perfis das redes sociais. Todos nós estamos na defensiva e na ofensiva e aqueles que detém mandato eletivo ou que pretendam ter, senão tiverem consciência clara disso, poderão se afogar na própria expectativa criada ao eleitor com promessas evasivas de quem quer apenas ganhar uma eleição.
Por conta disso, eu sempre digo: É melhor perder uma eleição do que uma ideia! Essa frase é minha mesmo. A partir de uma reflexão de que se acreditamos em algo, que seja realmente fiel às necessidades da sociedade, é preferível a derrota eleitoral, que a intelectual.
Existem assuntos desagradáveis que precisam ser considerados e muitos fogem com medo das consequências.
Tudo está mudando, devagar, mas está mudando. Nesta primeira fase a exposição da dimensão da ferida é uma delas. Antes, sequer tínhamos a dimensão de até onde o descaso nos levaria.
Bem-vindo ao novo momento político!
Novo momento político, novos eleitores e novos políticos!
*Guilherme Fonseca Cardoso é arquiteto urbanista, especialista em Gestão Pública. Membro da Divisão Técnica de Transporte e Logística - DTRL do Clube de Engenharia, do Fórum Permanente de Mobilidade Urbana da Região Metropolitana do Rio de Janeiro. É articulista do Diário do Rio de Janeiro e do Blog do Nino Bellieny, da Folha da Manhã Online.
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