Conselho de Ética aprova relatório que pede a cassação de Cunha
Arnaldo Neto 14/06/2016 17:53
eduardo-cunha--antonio-cruzO Conselho de Ética da Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (14) o relatório do parlamentar Marcos Rogério (DEM-RO) pela cassação do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente afastado da Casa, por quebra de decoro parlamentar ao mentir sobre ter contas no exterior durante depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras.  O placar foi de 11 a 9, sem a necessidade do voto do presidente do colegiado. Também nesta terça, a Justiça Federal do Paraná determinou o bloqueio dos bens de Cunha e da sua esposa, Cláudia Cruz, em ação proposta pela força-tarefa da Lava Jato. Segundo o relator, Cunha é o dono de pelo menos quatro contas na Suíça: Köpek; Triumph SP, Orion SP e Netherton. Ao pedir a cassação de Cunha, Rogério disse que as contas são verdadeiros “laranjas de luxo”. “Estamos diante do maior escândalo que este colegiado já julgou, não se trata apenas de omissão, de mentira, mas de uma trama para mascarar a evasão de divisas, a fraude fiscal", disse Rogério. “Estamos diante de uma fraude, de uma simulação de empresas de papel, de laranjas de luxo criadas para esconder a existência de contas no exterior”, acrescentou. Cunha nega a propriedade das contas, mas admitiu ter o usufruto de ativos geridos por trustes estrangeiros. O processo de Cunha no Conselho de Ética é considerado o mais longo no colegiado e foi marcado por inúmeras manobras que protelaram a decisão dessa terça-feira. A representação contra Cunha foi entregue pelo PSOL e Rede à Mesa Diretora da Câmara, no dia 13 de outubro de 2015. A Mesa, comandada por Cunha, levou o prazo máximo de 14 dias para realizar a tarefa de numerar a representação e enviá-la ao Conselho de Ética, o que retardou o início dos trabalhos do colegiado. O processo só foi instaurado quase um mês depois da representação, em 3 de novembro de 2015. Bloqueio de bens — Minutos após a votação do Conselho de Ética favorável à sua cassação, Cunha sofreu um novo revés: a Justiça Federal no Paraná determinou a indisponibilidade de todos os bens e contas do parlamentar e de sua mulher, Cláudia Cruz. O despacho foi assinado pelo juiz federal Augusto César Pansini Gonçalves, da 6ª Vara Federal de Curitiba — onde corre a ação de improbidade administrativa proposta nesta segunda (13) pela força-tarefa da Lava Jato. Atualizado às 19h14 — Inclusão da informação sobre o bloqueio de bens.

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