ENCONTRO DE ESTRELAS
Por Jamil Moreira Castro
Cauby Peixoto entrou na minha vida desde que nasci! Ele era o maior ídolo de Tia Zelina, irmã de meu pai e, claro, prima de minha mãe, que viveu para ajudar na educação da minha irmã, minha e dos meus sobrinhos. Nunca se casou, mas todos sabiam da sua paixão por Cauby.
Na cozinha, o som do rádio subia nas alturas quando entrava a sua voz e, quando chegou a televisão, ela parava tudo para ver o seu cantor favorito. Hoje, quando li sobre a morte de um dos cantores mais populares do país, a notícia me fez voltar aqueles velhos e maravilhoso tempos de criança.
Lembrei dos posters que dividia as imagens dos santos no quarto de sua maior fã. As coleções da Revista do Rádio, que ninguém poderia mexer.
Do disco de Cauby que eu colocava para tocar sempre que queria agradá-la. Dizia que ele era gay para tirá-la do sério, mas não adiantava porque “isso é mexerico de Candinha”, dizia referindo a maior fofoqueira do rádio.
Nos shows de Cauby, sempre me oferecia para fazer a cobertura, por ela paguei o mico de me ver chorando. Sentia sempre a sua presença na plateia, principalmente no belíssimo espetáculo que reuniu Cauby e Ângela Maria.
Tia Zelina nunca realizou o sonho de ser macaca de auditório da Rádio Nacional, de assistir seu ídolo no teatro e nem de esbarrar com ele numa esquina quando se mudou de Cardoso Moreira para o Rio de Janeiro. Mas, hoje, com certeza ela foi primeira a recebê-lo no céu para fazer coro em “Conceição”.
*Tia Zelina detestava tirar fotos e ninguém na família conseguiu encontrar uma nos álbuns