Operação Machadada: preso por falso testemunho é liberado
Arnaldo Neto 21/05/2016 09:00
Forum* Com informações dos jornalistas Elder Amaral (Parahybano) e Jaciara Gomes (SJB Online) A primeira audiência da Operação Machadada, que teve início na tarde de sexta-feira (20) só terminou na manhã deste sábado (21), teve como saldo um preso por falso testemunho. O juiz Leonardo Cajueiro determinou a prisão de Arlindo Ribeiro da Conceição, durante seu depoimento na madrugada deste sábado. Arlindo recebeu voz de prisão, foi algemado e levado à delegacia da Polícia Federal pela manhã. Além de Arlindo, foram ouvidos o delegado da PF Paulo Cassiano Júnior, o ex-vereador Zezinho Camarão (DEM) e Jakson Meireles, ex-candidato a vereador e responsável por uma das gravações usadas como prova de cooptação ilícita de candidatos pelo grupo liderado pela então prefeita Carla Machado (hoje PP) em 2012. Atualização às 19h40: A Polícia Federal informou agora há pouco que Arlindo foi liberado na noite deste sábado, por decisão judicial. Cassiano falou por cerca de seis horas. Em seu depoimento, segundo testemunhas, o delegado teria sido evasivo, usando várias vezes expressões como "não lembro" e "não sei". Em seguida foi a vez de Camarão. Em entrevista antes da audiência, ele afirmou que foi prejudicado pelo esquema montado na eleição de 2012, já que candidatos da sua coligação foram cooptados pelo então grupo governista. Após o depoimento de Camarão, foi a vez de Arlindo. O juiz entendeu que ele estava fazendo um falso testemunho e determinou a prisão. O último a prestar depoimento foi Jakson Meireles. Ele aparece em uma das gravações em conversa com Carla, apresentadas pela denúncia como prova das irregularidades durante o último pleito municipal. No ano passado (aqui), Jakson mudou sua versão dos fatos e disse que recebeu R$ 60 mil para participar de uma trama do grupo de oposição para incriminar o grupo governista. Segundo ele, os candidatos da coligação "São João da Barra vai mudar para melhor", encabeçada pelo PR, sabiam que não teriam chance de vencer, mas que poderiam reverter a situação na Justiça. Em depoimento, ele teria reiterado o que disse durante o programa de rádio. Ainda na sexta, o juiz liberou as testemunhas Sônia Pereira (PT), vereadora, e o ex-candidato a vereador Tino Ticalú. Leonardo Cajueiro determinou ainda que após a oitiva de quatro testemunhas a audiência seria suspensa para ser retomada na quarta-feira (25), quando resta a oitiva de 15 testemunhas. Machadada – A Operação Machadada foi deflagrada em 3 de outubro de 2012. O grupo governista foi acusado de formação de quadrilha e cooptação ilícita de nomes da oposição, oferecendo vantagens financeiras indevidas e cargos na administração pública municipal. Ao sair de um comício, já na madrugada, Carla Machado e o então candidato a vice Alexandre Rosa (hoje PRB) foram presos pela PF e levados para a delegacia do órgão em Campos. Pela manhã, após pagamento de fiança, eles foram soltos. A denúncia foi impetrada pelo Partido da República, a coligação “São João da Barra vai mudar para melhor” e o então candidato a prefeito Betinho Dauaire. A alegação era que o grupo governista, com o prefeito Neco (PMDB) como candidato à sucessão de Carla, montou um esquema de compra de candidaturas adversárias. À época aliados, Carla e Neco configuram hoje como prováveis adversários na disputa pela Prefeitura.

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

    Sobre o autor

    Arnaldo Neto

    [email protected]

    BLOGS - MAIS LIDAS