Thiego da Rede Faz um Raio X da Política Itaperunense
Nino Bellieny 28/04/2016 09:46
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Thiego Ladeira, ator profissional e combatente cultural, um dos Meninos da Rede em Itaperuna é o protagonista do Bate & Rebate desta edição.
 10906005_1524778817797324_8001403372777721319_n
BIOGRAFIA
Desde que comecei a trabalhar com Cultura milito politicamente. Sou formado em Direção Cinematográfica pela Escola de Cinema Darcy Ribeiro –RJ, ator profissional com registros de diretor geral e de produção. Além de presidente do GRUPO CTI-Companhia de Teatro de Itaperuna, também já fui presidente do Conselho Municipal de Cultura, e um dos idealizadores do empreendimento construído pelo esforço da população itaperunense do TEATRO DE BOLSO JORGE COUTINHO, onde pudemos desenvolver uma programação mensal cultural na cidade de forma popular por mais de 3 anos. O projeto foi fechado por falta de apoio do poder público. Atualmente sou Diretor do Sindicato do Artistas do Rio de Janeiro, eleito com o presidente Jorge Coutinho, Milton Gonçalves e outros companheiros para compor a Diretoria do Sated-RJ, com mais de 75% dos votos dos artistas profissionais do Estado, graças ao trabalho de descentralização da Cultura no Noroeste Fluminense. Acredito que nada pode ser feito sem a política. Tudo passa por ela, qualquer função, relacionamento ou decisão, é pela política. Portanto me engajo cobrando posicionamentos ou exigindo meus direitos. Em especial brigo por mais Cultura, já que esta sempre foi objeto de desprezo dos governantes. Decidi militar politicamente e partidariamente pelas bandeiras nas quais acredito, como as da Cultura e da Educação, além de mostrar que só a política pode fazer a população se ver representada em suas lutas. Já tentei outros partidos, porém, a política viciada em Itaperuna nos faz parte de uma legenda somente em período eleitoral, nos torna vítimas de “meia dúzia de figurões", somos massa de manobra para decisões pessoais de um grupo que sempre decidirá por nós. Após a eleição de 2012, quando mais uma vez me senti usado pelos governantes, decidi me aproximar politicamente do trabalho de formação e criação da Rede Sustentabilidade, uma associação de gente disposta a contribuir de forma voluntária e colaborativa para aprofundar a democracia no Brasil e superar o monopólio partidário. Aberta ao diálogo e construída com a participação direta de seus integrantes, a Rede  é uma força de mobilização e inovação, no qual floresce uma nova cultura política.
ATUAÇÃO
Não possuo nenhum cargo. A forma horizontal criada pelo partido não permite que uma pessoa se sinta “dona da sigla”. A figura de presidentes que “negociam em nome de um pessoal” ou de um “chefão partidário” não tem espaço, as decisões na REDE são coletivas e a figura de porta vozes do partido representa uma opinião discutida em consenso progressivo. É certo que trouxemos os ideais da REDE para Itaperuna, fizemos e coletamos assinaturas em ruas e feira da cidade , tenho boas relações com as lideranças estaduais do partido, inclusive nacionalmente, mas não significa que gozo de melhor prestigio que todos os nossos companheiros. Em nenhum protesto público de 2013 existiu a figura de um único líder. E para a REDE, cargo ou posição política é um estágio temporário de quem tem de estar ali para representar os interesses da população.
ESCOLHA
Vários fatores me fizeram escolher a REDE, mas o pensamento da sustentabilidade como nova ótica mundial é fundamental em um mundo que precisa pensar nas gerações futuras. Além de uma nova abordagem na relação do político com o cidadão, se posicionando com intenso diálogo e debate com os núcleos vivos da população. Acreditamos no fim de uma “figura centralizadora no poder” de um partido. A RS é plural, horizontal, diversa, todos se relacionam em rede, ao mesmo tempo não existe uma posição pessoal que se sobrepõe ao todo. Tudo isto me atraiu. Queremos  pessoas comuns para comporem o nosso partido. A política só muda se as pessoas de bem participarem dela. Independente dos “figurões e das práticas viciadas na forma de fazer política”.
O PREFEITÁVEL
A REDE tem o seu pré candidato a prefeito, o desembargador Luiz Leite. Ele, humildemente representa e defende a posição da nova política pregada por nós da REDE. Não defendemos alianças partidárias que busquem somente o “poder pelo poder” sem nenhum compromisso com o programa e o que a população espera. Não basta juntar partidos e projetos políticos de “gosto duvidoso, misturar tudo e ainda querer ter um bom projeto de governo”. Não basta ter dez partidos em uma aliança para “parecer” forte. Basta que o candidato se coloque como um representante da população e não fale como um “gerentão”, ou que possua compromisso financeiro com um determinando “chefão da velha política”. Não compactuamos com isso. As nossas pautas serão frutos de intenso debate com os núcleos vivos da sociedade, afinal o desembargador Luiz Leite, é mais do que preparado para a função. A sua trajetória na Magistratura e seu senso de cidadania sem perder a humildade é realmente o que nos motiva a estarmos com ele. Acreditamos que um partido precisa mostrar a que veio, quais seus projetos, não simplesmente juntar todo mundo em prol de uma “aliança espúria a troco de cargos”. 
 12074844_871818552914415_8176479135197496083_n Thiego, Marcus Vinícius Oliveira Pinto e Luiz Leite quando a Oposição parecia caminhar na mesma estrada, em setembro do ano passado.
CANDIDATURA PESSOAL
Estamos avaliando ainda. Mais do que ser candidato precisamos debater amplamente com a população. Estamos mostrando o nosso jeito se fazer política. Prefiro chegar mais próximo ao pleito para estas definições. Candidaturas sejam no Executivo e no Legislativo não podem ser "impositivas, nem decisões somente de partidos tomados por politiqueiros que concorrem em troca de cargos, muito menos ser uma escolha por falta de opção. Ou seja, para alguns em Itaperuna “quanto pior, melhor”. Não concordo com isso.
NOMINATA
Temos a quantidade máxima permitida para o partido. Vários novos pré candidatos se identificaram com o nosso projeto de renovação. Nenhum pré candidato concorreu em outros pleitos, temos uma nominata representativa de vários segmentos da população. Se formos coligar com alguém vamos avaliar isto juntos. Porque qualquer aliança será programática e não pragmática.  Nossos parceiros de trabalho discutirão  conosco e com a população os rumos que acreditamos ser os melhores para o município.
PARTICIPAÇÃO EM GOVERNO
Não estamos preocupados com “cargo ou boquinha”, e sim em um bom programa para a cidade que possa ser executado. E não de promessas vazias. Por isso temos pré candidato a prefeito , para este representar os anseios de amplo debate com a população e seus segmentos. Se formos vitoriosos as funções para determinadas posições serão exclusivamente técnicas e não baseadas em vantagens financeiras ou pessoais. Se alguém for convidado para assumir alguma função pública, que seja por competência, não por conta de algo prometido em troca de apoio.
NECESSIDADES
Falta muita coisa, poderia ficar horas aqui falando de promessas não cumpridas, obras inacabadas, falta de emprego, cidade em ruínas... mas a principal ao meu ver, é cumprir o que foi prometido em campanha. Se não fizermos um programa debatido como o povo não tem como saber nunca o que ele quer. Política não é monopólio de quem tem dinheiro. Penso que só através de uma democracia participativa se faz um bom caminho. Com todas as críticas à atual política, acredito que o eleitor precisa se conscientizar que só ele tem o poder de mudar. Não se vender a troco de cargo, saco de cimento, carteiras de motorista, consulta popular, que  são direitos do cidadão , ou coisas deste tipo muito comuns em toda eleição. Não é favor. É obrigação. Queremos contribuir para que o eleitor perceba isso. É isso que queremos defender em nossas propostas. Mudar sempre que for necessário. Não deu certo, mudar de novo. A má política quer nos desanimar e desistir de mudanças. Seja então você, parte da mudança. Se apresente como pré candidato, use criatividade e as novas tecnologias para exigir seus direitos. Os jovens e todas as pessoas comuns precisam assumir o protagonismo da mudança. Acredite que é possível MUDAR. Não deixem os péssimos políticos se apoderarem. E que ninguém nunca se perpetue no poder.
PICUINHAS 
A polarização é um grande mal para a política. Praticam-na para manterem-se no poder. Em níveis nacional, estadual e municipal. Políticos não querem dar alternativa e debater com a população e sim torcer para que cada projeto seja falido. Em Itaperuna mais de 30 anos não foram suficientes para acabar com esses discurso de ódio de quem foi o “menos pior”. Cabos eleitorais defendem aquilo que já é um direito do cidadão, não um favor. Ninguém quer evoluir, se apegam à “velha política" a todo custo. Buscam “padrinhos” reconhecidamente envolvidos em propinas e escândalos de corrupção, simplesmente para terem alguém defendendo e garantindo financeiramente determinado grupo, mas se olharmos o “pífio desenvolvimento da cidade, ambos os governos que passaram e se polarizaram são partes do abismo em que se encontra a Pedra Preta. Precisamos parar de ficar remoendo este discurso de “direita e esquerda cega”, queremos ir para frente.
IMPEDIMENTO DA PRESIDENTE 
A Rede Sustentabilidade se posiciona favorável a admissibilidade do impeachment da presidente da República. A maioria das pessoas está acostumada com os partidos tradicionais que enquadram seus parlamentares: A REDE não trabalha dessa maneira. O voto de um deputado representa a opinião pessoal dele. Desde a fundação, o partido preza pela pluralidade das posições e opiniões. Além disso, é preciso deixar claro: os mesmos fatos presentes no pedido de impeachment da presidente Dilma sustentam a admissibilidade de um processo contra o vice-presidente Michel Temer. A sociedade exige a mesma urgência e celeridade para a instalação da comissão que irá analisá-lo. Insistimos que o PT e o PMDB são faces da mesma moeda, e se o TSE comprovar que o dinheiro do petrolão foi utilizado nas eleições de 2014, a chapa Dilma-Temer deve ser cassada e novas eleições presidenciais convocadas. A corrupção é inaceitável, não importando quem a pratique. Por isso, a Operação Lava Jato precisa receber todo o apoio da sociedade para ser levada adiante, qualquer que seja o resultado desse processo. Nova Eleição é a Solução.
12987905_1701198736821997_1967403027_n Thiego e Marina Silva
OPOSIÇÃO RACHADA
Aconteceu por conta de vaidade pessoal.  Como eu disse, não precisamos lutar por uma polarização que não acrescenta, temos que pensar além de “estratagemas e alianças espúrias a todo preço”. Quem quer contribuir para a cidade que se apresente nas urnas. Organizei reuniões e tentei me esforçar muito para a união da oposição. Todos são testemunhas que em discurso lutei para isso, mas, ao meu ver, juntar a todo preço, pessoas em torno de um projeto de poder com partes interessadas somente nisso e na vaidade, não dá certo nunca. Optamos por nos afastar desta forma de fazer política. Não posso estar em um partido que quer se aliar a outro, baseado em pesquisas e possibilidades somente para tomar a cadeira de prefeito. Não dá para juntar pessoas que não comungam dos mesmos princípios políticos, só para se dizer unido e fortalecer algo que não vai funcionar. A vaidade impera, a briga é por poder e por negociatas em troca de cargos ou possíveis contratos, para leiloar e para garantir apoio financeiro em campanha para as mesmas práticas viciadas de compra de votos. Disso eu não compartilharei. Atitudes de deslealdade com outros companheiros de partidos, traindo a confiança alheia, uns inclusive se dizendo cristãos porém mentido descaradamente, se aliando ao “diabo” para conquistar partidos alheios, apenas para se mostrar poderoso e ter mais aliados. Isto não é u, caminho de união. Mesmo que se junte ou se pareçam juntos, eu não compactuarei com essa prática do velho jogo do “toma lá, da cá”. Pergunte se estes chefes de partidos abririam mão de serem candidatos ou recuariam se o povo não quisesse.  Eles decidiram e acham que todo mundo é obrigado a aceitar passivamente as escolhas impostas. Não compactuaremos. Não seria melhor ter uma aliança com a população? E não somente com partidos? A oposição e a situação racharam porque este modelo falido de polarização política em troca de poder está caindo por terra. Preferimos debater e apresentar proposta com a população sem promessas de vantagens pessoais ou cargos. Alguns vão dizer que não será possível, que é sonho. Só o tempo vai dizer, prefiro apresentar soluções honestas e reais com o povo. Poderemos fazer ao menos a nossa parte ao contribuir com a mudança da mentalidade na forma de fazer política.
 FOTOS-ARQUIVOPESSOAL

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

    Sobre o autor

    Nino Bellieny

    [email protected]

    BLOGS - MAIS LIDAS