O Carinho de Porciúncula com a História
Nino Bellieny 29/03/2016 11:49

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 Reforma da Estação Ferroviária um marco na preservação da memória coletiva de Porciúncula
Artigo de Guilherme Fonseca Cardoso
Uma das obras mais emblemáticas dos governos do prefeito Antonio Jogaib foi a restauração da antiga estação ferroviária, dando-lhe um uso voltado para a cultura, com biblioteca e arquivo municipal, além de abrigar a sede da Secretaria Municipal de Cultura.
Motivado pelo Sr. Olavo Pinto de Abreu, ex-ferroviário que trabalhou por muitos anos na Estação, o município adquiriu a edifício.
Denominado de Centro Cultural Dr. Edésio Barbosa da Silva, pela lei municipal 1.081/90, sancionada pelo prefeito Antonio Jogaib em 20 de dezembro de 1990. Foi uma justa homenagem, pois Dr. Edésio foi por muitos anos um guardião, uma espécie de mantenedor de capítulos importantes da história de Porciúncula, o que culminou no lançamento do livro “Subsídios para a História de Porciúncula”, lançado sob a gestão da secretária Eloisa Morucci.
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O prédio da Estação está intimamente ligado a história do nosso município, que se chama Porciúncula em homenagem ao ex-governador do Estado, José Thomaz da Porciúncula, que autorizou a construção da Estação Ferroviária, atendendo ao pleito da comunidade local, daí recebendo a homenagem da comunidade.
O projeto de restauração da Estação Ferroviária foi de autoria da arquiteta Cristine Maria Gonçalves de Souza e o secretário de obras do município na ocasião era o ex-prefeito Edison Barroso de Carvalho. A primeira Secretária Municipal de Cultura a despachar no edifício foi a saudosa professora Adriana Amélia Pinto Coutinho.
É de extrema importância a preservação da memória coletiva da cidade e a iniciativa do prefeito Antonio Jogaib em abraçar a sugestão do Sr. Olavo e levar adiante foi brilhante, sinalizando com esta medida, mais do que uma ação de governo, foi um gesto que serve de exemplo para os futuros gestores do município e para a sociedade civil. em relação a importância da preservação do nosso patrimônio histórico, artístico e cultural.
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Na época desta reforma, não era tão comum essa preocupação com a preservação do patrimônio arquitetônico, foi uma iniciativa pioneira e de grande importância regional. Anos mais tarde, medida parecida foi adotada na cidade de Tombos em Minas Gerais, com a restauração da Estação Ferroviária, transformando-a no terminal rodoviário. Em Carangola, o mesmo uso foi dado a estação ferroviária da cidade. Já no Noroeste Fluminense, parece-me que apenas Porciúncula deu um uso público ao seu precioso prédio histórico.
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A preservação das Estações Ferroviárias do interior fluminense foi gesto não apenas de preservação da memória, mas uma demonstração de respeito ao importante papel que as ferrovias desempenharam para o progresso de nossa região. Até hoje, nos países mais desenvolvidos do Mundo, o transporte sobre trilhos possui redes extensas, seja para o transporte de cargas ou passageiros. Esperamos que um dia o transporte ferroviário retome o seu devido lugar de importância histórica, econômica e social que provisoriamente lhe retiraram a favor do transporte rodoviarista.
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Do prédio da velha Estação, hoje, Centro Cultural Dr. Edésio Barbosa da Silva ainda aguardamos a iniciativa de que seja fixada com destaque numa de suas fachadas uma placa com os dizeres, sugeridos pelo próprio Dr. Edésio em seu livro “Subsídios para a história de Porciúncula, p.76” – “POR AQUI PASSARAM, DURANTE QUASE UM SÉCULO, SEMEANDO PROGRESSO, AS ESTRADAS DE FERRO LEOPOLDINA E CARANGOLA. O POVO NÃO ESQUECE.”
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Guilherme Fonseca Cardoso, é bacharel em Direito, Arquitetura e Urbanismo, especialista em Gestão Pública. [email protected]

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