Sob pressão de Lula e do PT, Cardozo deixa ministério da Justiça
Arnaldo Neto 29/02/2016 17:33
[caption id="attachment_1514" align="alignleft" width="300"]Lula reclamou das investigações da Polícia Federal, spn a qual Cardozo teria gerência. Foto: Veja Lula reclamou de Cardozo não controlar a Polícia Federal. Foto: Veja[/caption] A presidente Dilma Rousseff confirmou, por meio de nota na tarde desta segunda-feira (29), a saída de José Eduardo Cardozo do ministério da Justiça. Ele assume a Advocacia-Geral da União (AGU), no lugar de Luís Inácio Adams. Para a Justiça, a presidente oficializou o ex-procurador geral da Justiça da Bahia, Wellington Cesar Lima e Silva. Na nota, a presidente agradece a “inestimável competência e brilho de Adams” e deseja “pleno êxito” em sua atividade profissional futura. Adams sai do governo por motivos pessoais. Aproveitando as mudanças na área jurídica do governo, a presidente nomeou o novo ministro da Controladoria Geral da União (CGU), sem titular desde que Valdir Simão foi para o Ministério do Planejamento, em dezembro do ano passado. Assumirá o cargo Luiz Navarro de Brito, atual assessor técnico do Senado. Cardozo vem sendo muito cobrado pelo seu partido e pelo ex-presidente Lula por não controlar a Polícia Federal e acabar permitindo investigações que afetam o PT especialmente o ex-presidente. A reunião do Diretório Nacional do PT, no último fim de semana no Rio, teria contribuído para a decisão de Cardozo, na qual foi muito criticado e aumentou o seu desejo de deixar a pasta. A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), que recentemente teve divergências com Cardozo em relação ao orçamento da corporação, soltou nota demonstrando “extrema preocupação” com a saída do ministro do cargo. “Os Delegados da Polícia Federal receberam com extrema preocupação a notícia da iminente saída do Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, em razões de pressões políticas para que controle os trabalhos da Polícia Federal. Os Delegados Federais reiteram que defenderão a independência funcional para a livre condução da investigação criminal e adotarão todas as medidas para preservar a pouca, mas importante, autonomia que a instituição Polícia Federal conquistou”, diz trecho da nota. A ADPF também voltou a pregar a autonomia funcional e financeira da Polícia Federal. As investigações em torno ao ex-presidente Lula, que envolvem o apartamento tríplex no Guarujá e o sítio em Atibaia, reascenderam fortemente no PT a animosidade contra o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e as pressões para que deixe o cargo. Cardozo pode oficializar sua saída ainda nesta segunda-feira. Fonte: O Globo

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