Ausências sem explicação na audiência sobre assoreamento na foz
Arnaldo Neto 04/12/2015 12:53
audiência fozA Câmara de São João da Barra, a pedido da vereadora Sônia Pereira (PT), realizou nesta quinta-feira (3) uma audiência publica para discutir os impactos do assoreamento da foz do Paraíba na pesca, atividade econômica mais antiga no litoral sanjoanense. No entanto, algumas ausências comprometeram a amplitude do debate, como a Folha da Manhã (aqui) mostrou em matéria publicada nesta sexta-feira (4). Apesar de convidadas formalmente pelo Legislativo, a Colônia de Pescadores de Atafona Z-2 — mais antiga entidade representativa da classe pesqueira na região —, a secretaria de Pesca de SJB, Capitania dos Portos e a Prumo Logística, que chegou a ser apontada por pescadores como uma das “causadoras” do problema devido aos impactos ambientais da construção do Porto do Açu, não enviaram representantes. Há cerca de três anos, os 1.200 pescadores de São João da Barra passaram a ter dificuldades para trabalhar por causa do assoreamento na foz do rio Paraíba do Sul. Segundo os pescadores, o jeito tem sido atracar as embarcações no porto de Macaé e no Espírito Santo, mas o gasto com combustível tem gerado prejuízos. Além disso, a categoria vem amargando uma perda de 80% na produção do pescado. Participaram da audiência, o Comitê de Bacia Hidrográfica do Baixo Paraíba do Sul e o Instituto Estadual do Ambiente (Inea). Um dos assuntos discutidos foi o projeto que o Instituto Nacional de Pesquisas Hidroviárias (INPH) desenvolveu e já apresentou à Prefeitura para conter o avanço no mar no Pontal. No entanto, os representantes dos dois órgãos disseram não ter tomado conhecimento oficialmente desse projeto. Algumas sugestões de medidas provisórias foram dadas pelos participantes. O coordenador da Câmara Técnica de Pesca do Comitê Baixo Paraíba, José Armando Barreto, propôs uma sinalização com boias onde hoje estão as pedras. “Acho que ajudaria de imediato os pescadores até que uma intervenção maior aconteça”. Também foi questionada pelos vereadores e pescadores, ações que poderiam ser feitas ou apoiadas pela empresa responsável pelo Porto do Açu como medida de compensação ambiental.  O diretor-presidente do comitê, João Gomes de Siqueira, disse que o órgão tem trabalhado bastante na questão do assoreamento. “Temos sim, um fenômeno natural, mas que foi agravado pela mão do homem”, observou. Segundo ele, o Rio de Janeiro capta 250 mil litros por segundo do Rio Paraíba enquanto SJB fica com 150. “Isso aumenta o assoreamento”. Vereadora já fez um encontro de pescadores e representantes do poder público, em julho, para debater o tema Pescador há 46 anos e morador de Atafona, Jorge Valter da Silva Ribeiro contou que a rotina da classe tem sido afetada pelo assoreamento. “Está sendo dificilíssimo trabalhar assim. A classe pesqueira é guerreira, pois enfrentar esse mar não é para qualquer um não”, disse. A Folha e este blog têm acompanhado desde maio as dificuldades dos pescadores na foz, como pode ser conferido: aquiaquiaqui, aqui e aqui. Com informações da Ascom/Câmara SJB

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