'Charlie Hebdo' e os atentados terroristas
lucianaportinho 18/11/2015 00:50
[caption id="" align="aligncenter" width="400"]Capa da edição que vai às bancas nesta quarta-feira (18) do semanário satírico francês "Charlie Hebdo" "Eles têm armas. Eles que se f..., nós temos champagne!"[/caption] O jornal satírico "Charlie Hebdo", alvo do ataque terrorista que dizimou a redação em 7 de janeiro de 2015, vai às bancas hoje, quarta-feira (18) e faz uma provocação direta aos terroristas na capa do especial sobre os atentados que mataram 129 pessoas em Paris, na última sexta-feira (13). A capa, assinada pela desenhista Coco, mostra um homem em atitude festiva, garrafa e taça de champanhe na mão, com o corpo repleto de buracos de bala por onde escapa o vinho espumoso, sobre o fundo vermelho. "Sem perceber, os parisienses em 2015 se transformaram nos londrinos dos anos 1940, determinados a não se render ao medo, não importa o que seja. É a única resposta que nós podemos mostrar aos terroristas", disse o cartunista Riss, atual editor-chefe da publicação. O desenho é uma referência direta aos ataques terroristas da semana passada: todos em lugares vinculados ao lazer, como a casa de shows Bataclan, o Stade de France e bares e restaurantes, que deixaram 129 mortos e 400 e tantos feridos. "Imaginávamos que aos atentados de janeiro se seguiriam outros. Esperávamos, resignados, que nos caísse sobre a cabeça, como um espada de Damocles", indica o desenhista e atual diretor da publicação, Riss, no editorial da revista que estará nas bancas. O diretor da publicação pediu que "não cedam, nem ao medo nem à resignação. É a única resposta possível". Em outra charge publicada no site da revista, Charlie Hebdo mostra três fantasmas com boinas pretas e baguetes, uma alusão ao modo de vida francês, com a frase: "Os franceses retornam à vida normal". A publicação se distingue por críticas aos extremismos religiosos de todo tipo e foi alvo dos ataques terroristas por ironizar em diversas edições o profeta Maomé. Após o atentado de janeiro, Charlie Hebdo retornou às bancas com uma capa em que Maomé aparecia chorando e a manchete "Tudo está perdoado". Na imagem, o profeta segurava um cartaz que reproduzia o slogan popularizado após essas ações, "Je suis Charlie".

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