Miséria no Rio de Janeiro cai à metade, diz estudo
Arnaldo Neto 16/11/2015 11:19
[caption id="attachment_4055" align="alignleft" width="300"]Parcela de miseráveis no estado caiu de 4,1% em 2013 para 2,3% em 2014 Parcela de miseráveis no estado caiu de 4,1% em 2013 para 2,3% em 2014[/caption] A pobreza extrema no Rio de Janeiro caiu à metade de 2013 para 2014, de acordo com levantamento inédito feito pelo pesquisador Samuel Franco, do Instituto de Estudos de Trabalho e Sociedade (Iets) e diretor de Oportunidades, Pesquisa e Estudos Sociais (OPE Sociais), com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad/2014). De acordo com o estudo, a parcela de miseráveis no estado caiu de 4,1% em 2013 para 2,3% em 2014. Deixaram a miséria 256 mil pessoas. — A renda dos 10% mais pobres cresceu 34,5%, enquanto a dos 10% mais ricos aumentou 3,4%. A pobreza no Rio não vinha caindo. Estava em torno de 4% desde 2009, mesmo com programa Renda Melhor e a melhoria na busca dos mais pobres. Se formos olhar os estados do Sudeste, o Rio foi onde a extrema pobreza caiu mais. Na pobreza, o fenômeno se repete. A parcela de pobres (renda per capita de R$ 286,69, por mês) caiu de 12,6% para 11%. Mais de 160 mil pessoas saíram da pobreza entre 2013 e 2014. Renda sobe A renda do trabalho no Rio subiu em ritmo mais intenso que no país. Se na média nacional, o aumento dos ganhos foi de 0,8%, para R$ 1.774, no Estado do Rio de Janeiro a alta foi de 1,8%, de R$ 2.077 em 2013 para R$ 2.114 em 2014. As mulheres que moram no Rio de Janeiro, no entanto, tiveram um aumento bem menos expressivo que o dos homens. A renda média delas subiu de R$ 1.778 em 2013 para R$ 1.787, uma variação de 0,5%. Entre os homens, a renda média passou de R$ 2.311 para R$ 2.365, um aumento de 2,3%. Esse movimento fez o ganho médio da mulher em relação cair em relação ao do homem As mulheres fluminenses ganhavam o correspondente a 75,6% dos salário dos homens no passado. Em 2013, essa relação era de 76,9%. O mercado de trabalho fluminense teve piora superior à da média nacional. A taxa de desemprego subiu de 7,5% para 8%, enquanto no Brasil, o aumento foi mais suave, de 6,5% para 6,9%. Educação deixa a desejar No quesito educação, os resultados também deixaram a desejar. A presença na escola na faixa etária de 15 a 17 anos baixou de 88,4% para 87,4%. No Brasil ficou estagnada em 84,3%. Entre 18 e 24 anos, subiu um pouco de 32,1% para 33,2%. Bruna Lorrayne, de 21 anos, não conseguiu ser incluída nessa estatística. Desde o ano passado, teve que montar estratégias para lidar com as dificuldades financeiras em casa. Os planos de voltar a estudar continuam fora de cogitação. — Terminei o ensino médio há dois anos e comecei a trabalhar cedo para ajudar dentro de casa. Eu até gostaria de voltar a estudar, mas a crise me deixou com medo, porque minha mãe tem problemas de saúde, então às vezes a situação fica complicada. Passei um ano e meio procurando por emprego, foi muito mais difícil encontrar vaga desta vez. Só consegui um trabalho em uma pousada em Arraial do Cabo há 12 dias — conta. No acesso a serviços públicos, o Rio continua bem à frente do Brasil. A parcela de lares com acesso à água encanada subiu de 88,2% para 89,2%. Fonte: O Globo

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

    Sobre o autor

    Arnaldo Neto

    [email protected]

    BLOGS - MAIS LIDAS