Cunha se recusa a depor na Polícia Federal sobre Operação Lava Jato
Arnaldo Neto 11/04/2015 20:18
[caption id="attachment_1165" align="alignleft" width="384"]Presidente da Câmara aparece como "carrasco" do Planalto. Foto: Agência Brasil Presidente da Câmara se recusa a falar. Foto: Agência Brasil[/caption] A defesa do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), informou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que ele não tem interesse em prestar depoimento à Polícia Federal neste momento sobre seu suposto envolvimento no esquema da Operação Lava Jato. O peemedebista ingressou com um pedido no STF para ser dispensado da oitiva justificando já ter se manifestado em depoimento na CPI da Petrobrás e em agravo regimental. O ministro Teori Zavasck, relator da Lava Jato no STF, acatou o pedido da defesa. “Cumpre apenas registrar o desinteresse do investigado em prestar esclarecimentos à autoridade policiais, sem prejuízo de oportunidade futura”, escreveu o ministro. A defesa de Cunha aposta numa petição para que o STF reveja a decisão de abrir inquérito contra o peemedebista. Caso o ministro Teori Zavasck mantenha a investigação, a petição será analisada no plenário da Corte. O doleiro Alberto Youssef, personagem central da Operação Lava Jato, declarou à força tarefa do Ministério Público Federal que o lobista Julio Camargo pediu propina que seria destinada ao deputado Eduardo Cunha. Em depoimento gravado em vídeo o doleiro afirmou que a propina teve origem em um contrato de locação de sondas para a Petrobrás do qual Camargo participou. Ele disse que o dinheiro foi entregue diretamente ao lobista Fernando Falcão Soares, o Fernando Baiano, suposto operador do PMDB na estatal petrolífera e muito próximo ao presidente da Câmara. Cunha tem reiterado que jamais recebeu dinheiro ilícito de negócios de empreiteiras com a Petrobrás. O peemedebista disse que conhece Fernando Baiano, mas que nunca trataram de pagamento de propinas. Cunha afirma que o Ministério Público Federal “selecionou” quem deve ser investigado no âmbito da Operação Lava Jato. Dos políticos investigados, já prestaram depoimento: Gleisi Hoffmann, que foi acompanhada do marido, o ex-ministro Paulo Bernardo; os senadores Lindbergh Farias (RJ), Humberto Costa (PE), ambos do PT. E os deputados do PP do RS Jerônimo Goergen, Renato Molling e Luiz Heinze. Os parlamentares alvos da Operação Lava Jato têm se queixado do "constrangimento" de se apresentarem à Polícia Federal. Segundo relatos de interlocutores, o pedido é para que os próximos possam depor na sede da Procuradoria-Geral da República (PGR), local mais discreto e longe do alcance da imprensa. As diligências de investigação dos políticos supostamente envolvidos na Lava Jato tinham prazo inicial de 30 dias para serem cumpridas, a contar da abertura dos inquéritos. O prazo se esgotaria nesta semana, mas a Procuradoria-Geral da República autorizou um adiamento. Fonte: Estadão

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