Conglomerado de crises
lucianaportinho 20/03/2015 12:18
Este o termo cunhado pelo presidente Fernando Henrique Cardoso na entrevista de ontem (19/03), com o jornalista Mario Sergio Conti - GloboNews -, ao se reportar às crises política, econômica, fiscal, cambial e moral do país. Como de costume, cauteloso e inspirado, FHC discorreu sobre a conjuntura atual do Brasil. Destacando que não se pode administrar um país olhando para o dia a dia, sob pena de perder oportunidades por não vislumbrar o cenário global, FHC foi duro com o poder executivo nacional, leia-se Dilma, Lula e o PT. Vê um governo que aceleradamente esbanjou da popularidade, deixou escapar a credibilidade. Apesar de distinguir morte natural da morte política (esta teria um desfecho mais lento), permitiu a montagem de uma engenharia da corrupção, classificada por ele como diferente da corrupção endêmica comum em vigor, até então, na vida nacional. A razão desta engenharia que envolve empresas e política estaria na necessidade da sustentação de uma faminta base aliada no Congresso, nominada por ele, não mais como um sistema de coalizão exigido pelo presidencialismo, mas, sim, de aberta cooptação. Acresceu ainda que 39 ministérios, 30 partidos políticos (20 no Congresso) fermentaram a atual ingovernabilidade, lastreada pela distribuição das tais emendas parlamentares que implodem com qualquer governança. Para FHC, não existe, no atual governo da Dilma, um projeto para o país. Se no primeiro mandato da presidente o crédito uniu o povão, a classe média e o empresariado, agora, quando se torna insustentável, a cobrança vem. E o pior, para FHC não há saída em curto prazo. O modelo político nacional exauriu-se. Vencidos esses 30 anos de república democrática é preciso ir além. fhc  

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

    Sobre o autor

    Luciana Portinho

    [email protected]

    BLOGS - MAIS LIDAS