Prefeito de SJB conta sua versão do racha com a ex-aliada Carla Machado
Arnaldo Neto 22/03/2015 11:43
[caption id="attachment_1363" align="aligncenter" width="640"]Em junho de 2013, Neco concedeu a maior honraria do município, a medalha "Barão de SJB", à ex-prefeita. Foto: Divulgação Em junho de 2013, Neco concedeu a maior honraria do município, a medalha "Barão de SJB", à ex-prefeita. Foto: Divulgação[/caption] Em entrevista à Folha da Manhã, publicada na edição impressa deste domingo (22) e neste blog (aqui), o prefeito Neco dá detalhes sobre o racha coma ex-aliada Carla Machado. Para Neco, a separação foi imposta por Carla. O prefeito fala ainda da “dor em exonerar pessoas que votaram com ele” e diz que “sempre pensou em grupo”.  “O meu pensamento sempre foi em grupo, sou família, nunca pensei em mim. O meu pensamento era organizar o município do meu jeito nos meus quatro anos e que depois ela poderia vir candidata à prefeita e eu estar como vice”, afirmou Neco. Confira a resposta completa: Folha – A relação com a ex-prefeita Carla Machado azedou desde o início do seu mandato. No entanto, em junho de 2013, ela foi homenageada por você. Antes de se tornar público o fim da aliança política, aconteceram tentativas de reaproximação? Como aconteceu o racha? Neco – Houve tentativas muitas e muitas vezes. Várias pessoas de dentro da Prefeitura fizeram de tudo para fazermos as pazes. O racha começou sem eu saber como estava começando. No cortejo do sepultamento de Renatinho (radialista Renato Machado, assassinado em janeiro de 2013), eu fiz de tudo para me aproximar dela. Quando eu ia chegando perto, ela saía. E assim fomos até chegar perto do cemitério. Perguntei o porquê que ela estava se afastando de mim. Ela disse que estava muito zangada e que precisava conversar comigo urgente. Combinamos no dia seguinte, no apartamento dela em Campos. Pensei que era alguma coisa do Tribunal de Contas. Mandei ver tudo que tinha chegado do Tribunal de Contas, botei no carro e fui para o apartamento dela.  Ela já veio me cumprimentar com a mão esticada para eu não chegar perto, mandou eu sentar e não deixou eu falar nada. Ela dizia que eu estava dentro da casa dela e que eu não podia falar um a. Foi um espaço de 20 minutos a meia hora, ela só me esculhambando de tudo quanto era forma. Coisas que eu nunca ouvi da boca do meu pai e da minha mãe. Palavras doem. Quando eu ia falar, ela dizia para eu ficar quieto porque estava na casa dela. É o mesmo que algemar uma pessoa e entrar de chicotada no lombo. Eu saí da casa dela, ela ficou me gritando porque não tinha terminado. Peguei o elevador, fui para rua chorando e pensei: nunca mais eu piso na casa dessa mulher. Depois, com muita luta de Cristiane Assis, Magna Aquino, o próprio Alex Firme, falecido Dodozinho, muita gente, é que eu cedi e fui a casa dela. Quando cheguei, estranhei. Ela veio me receber no portão de abraços abertos, como se nada tivesse acontecido. E eu fiquei pensando: será que essa mulher estava com um espírito do mal naquele dia? Fizemos as pazes, fui ao aniversário dela, homenageamos em junho. Ela passou a despachar lá em casa comigo. Só que tinham muitas coisas que eu não concordava.  E quando eu comecei a não concordar, ela já começou a ficar chateada de novo. Certo dia ela saiu de casa à noite e pediu para eu ir a casa dela, em Atafona, no dia seguinte. Ela já veio me cumprimentar com o braço esticado para eu não chegar perto e mandou eu sentar. Começou com as mesmas baixarias. A primeira coisa que ela me perguntou: estou sabendo que você está falando por aí que se você soubesse iria ser do jeito que está sendo, você não seria candidato. Respondi, falei que não seria candidato a prefeito, seria a vereador. Nós não combinamos um palito de fósforo se quer antes da eleição e depois eu ter que passar por tudo isso. Ela gritou comigo: se você está sentado lá, quem te colocou fui eu. Você vai ter que fazer o que eu quero e acabou. Falei pra ela que não, levantei e fui embora. Este tempo todo que eu perdi dentro do meu governo, eu poderia ter organizado desde lá de trás. O meu pensamento sempre foi em grupo, sou família, nunca pensei em mim. O meu pensamento era organizar o município do meu jeito nos meus quatro anos e que depois ela poderia vir candidata à prefeita e eu estar como vice. Eu pensava que iria manter o mesmo grupo. Você pensa que não é duro pra mim quando eu exonero uma pessoa que votou comigo, que eu sei que fez campanha comigo? São pessoas que optaram a ficar com ela, compraram a briga dela e não querem seguir comigo. Me dói muito quando eu exonero as pessoas. Teve um dia que eu exonerei uns 15 de vez, à noite eu cheguei chorar em casa. Mas eu vou fazer o que? Ou eu tomo essas providências ou eu vou pro fundo do poço com meu governo.

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