O professor Nelson Evêncio, sócio-fundador e atual presidente da ATC (Associação de Treinadores de Corrida), fez uma pesquisa em 2014 com 730 maratonistas, e dados bem interessantes podem ser traduzidos, via resultados deste estudo, que você pode ler a seguir.
PERFIL
A maioria dos maratonistas brasileiros pertence ao sexo masculino. Em algumas provas da distância esta diferença é a ainda maior.
Grande parte dos maratonistas entrevistados realiza outras atividades complementares a corrida, a musculação foi a com o maior número de adeptos.
11,4% omitiram a resposta, o que significa que é aproximadamente o número dos que não realizam atividades complementares, optando somente pela corrida. Percebe-se que atividades como a Ginástica Funcional e a Fisioterapia preventiva já vem incorporando a realidade de alguns maratonistas.
Com relação à prática de alongamentos, uma grande discussão na atualidade, o número de maratonistas entrevistados que costuma realizar alongamentos antes e depois de correr é bem semelhante ao que costuma alongar somente após correr. O número dos que realizam alongamentos em sessão separada ao treino de corrida, sugerido como o momento ideal pelos estudiosos, é igual ao número dos que não realizam alongamentos.
Sessenta e nove por cento dos entrevistados realizaram mais de uma maratona, porém o grupo de maior concentração realizou apenas uma. Onze por cento já realizaram mais de 10 maratonas.
Embora cresça a cada dia o número de ultramaratonistas, a maioria dos maratonistas ainda correm apenas um maratona por ano. Como cerca de 64% de nossos 14.000 concluintes em maratonas participam de uma maratonas por ano, podemos afirmar que o número aproximado de maratonistas brasileiros esteja em torno de 9.000.
Os testes de esforço, ergométrico ou ergoespirométrico são de extrema importância para que seja detectada alguma deficiência cardiopulmonar, além de ser grande aliado na avaliação e prescrição do treinamento. É sabido que grande parte da população não tem acesso a exames, mas que muitos equivocadamente não os realizam por considerarem algo não importante. Trinta e sete por cento do público maratonista não ter realizado exames no último ano é um número bem elevado e arriscado para a prática da modalidade.
Cinquenta e um por cento dos maratonistas entrevistados afirmou ter ficado pelo menos uma semana sem correr nos últimos dois anos, em função de alguma lesão, o que é um número elevado. Porém, a pesquisa comprovou que é possível participar de maratonas sem ter lesão, o que ocorreu com 49% dos entrevistados.
O acompanhamento nutricional é muito importante tanto para o melhor desempenho, quanto para amenizar o desgaste que os treinos para maratona proporcionam e com isso, preservar a boa saúde do corredor. É muito elevado o número de pessoas que não utiliza este acompanhamento e algo que necessita ser repensado rapidamente.
Há uma grande discussão entre os próprios nutricionistas e médicos se é necessária e benéfica ou não a suplementação alimentar. No caso dos maratonistas, 68% disseram fazer uso dela. Se 48% dos corredores entrevistados não tem orientação nutricional, podemos concluir que muitos estão fazendo suplementação alimentar por conta própria, o que não é nada recomendado.
Embora tenha crescido nos últimos tempos o número de provas em montanha, um número bem maior de maratonistas tem preferência pelas provas em asfalto.
A maioria utiliza três pares de tênis por ano, vindo em seguida os que utilizam apenas dois pares. O ideal é sempre ter mais de um par, revezá-los e trocá-los após certo tempo de uso.
Fontes: aqui e aqui.ÚLTIMAS NOTÍCIAS
Sobre o autor
Marcos Almeida
[email protected]Marcos Almeida é assessor esportivo, especialista em Ciência da Musculação e mestre em Ciência da Motricidade Humana.