Organização de corridas x Lucros
Marcos Almeida 24/11/2014 12:00

tumblr_natgikRhNm1ttoq1eo1_500No texto abaixo, uma ótima fonte para informar sobre a organização de corridas. Pensa-se, erroneamente, que esta atividade produz muito lucro. Ledo engano. Quem está de fora pensa em entrar, imaginando um mundo perfeito. Os que estão dentro, percebo a decepção, apesar dos organizadores que tem uma estrutura muito enxuta, e isso cada vez mais incide sobre a corrida, diminuindo os benefícios para os atletas, conseguem ainda sobreviver.

Com a ausência de patrocinador forte ou a baixa valorização dos mesmos em eventos esportivos, em especial a corrida de rua, que ao que parece já chegou no seu máximo, e ainda pela concorrência cada vez maior, com muitos eventos parecidos e ao mesmo tempo, não é tão fácil como pensam. Leiam e reflitam sobre o assunto. Bons treinos!

Óbvio que quando escrevi aqui dias atrás sobre os custos e possíveis lucros de se fazer uma corrida, não queria com 3.000 toques encerrar uma discussão e um assunto que é complexo. Existem casos e casos. Existem provas grandes e provas com 40 pessoas. Existem empresas que só fazem isso e outras que estão fazendo um extra. Há quem ganhe muito dinheiro e há quem pague para trabalhar na esperança do negócio decolar um dia. O que mais ouvi foi o de não haver empresário que queira trabalhar perdendo dinheiro. Até eu que sou mais bobo não gosto de perder dinheiro. Um empreendimento estar operando não significa que ele necessariamente dê lucro. Ele pode existir na esperança de gerar muito lucro. Existem montadoras de automóveis e empresas aéreas que dão enormes prejuízos. Por que uma pequena agência de eventos não pode operar com baixo ou nenhum lucro? Em que mundo vive quem ignora essa possibilidade? Apressaram-se apontando algumas ONGs, como CORPORE, por exemplo e as provas incentivadas. Essas funcionam de modo diferente, não precisam ou nem podem gerar lucros, mas pagam os fornecedores escolhidos. Já as organizadoras privadas grandes podem ter eventos que dão muito lucro e outros que operam no vermelho na tentativa de viabilizá-los como produtos rentáveis algum dia. Os que geram receita pagam os deficitários. Esses se não operam no azul, desaparecem. É só você parar e se lembrar, pois exemplos de provas que acabaram sem substitutos não faltam!   Não podemos confundir também eventos públicos (de pequenas prefeituras) e os proprietários. Não adianta você vir e falar de uma prova que cobra R$15 de inscrição e dá camiseta e ainda prêmios em dinheiro. Esse tipo de prova tem quem financie, quem banque. E como ninguém trabalha de graça, o patrocinador (ou uma prefeitura) banca alguém para “montar a festa”. Esse tipo de evento tem um dono (patrocinador) que coloca muito dinheiro pro evento existir. E ninguém – eu disse ninguém – ali trabalha de graça, inclusive a empresa que “toca” a corrida. É difícil explicar brevemente, mas uma corrida proprietária assim é diferente de uma corrida organizada pela agência que tentará vender pelo maior preço o seu produto. É como se uma fosse feito por encomenda e a outra fosse criada. Quando a corrida não é da agência organizadora, ele não toma nunca prejuízo, afinal, ninguém trabalha de graça! Se é de uma empresa/prefeitura, essa organizadora vai lá e “apenas” executa, geralmente com lucros bem menores. O que eu tentei explicar no meu texto é que os lucros são bem menores do que pensam muitos, que há um custo enorme de se desenvolver/inventar uma corrida e que há sim chance grande de dar bastante prejuízo. Não confunda jamais estampa em camiseta com rentabilidade. Quanto mais nomes presentes, menos se paga e se arrecada. Resumindo: prova exige um investimento enorme e de risco, as provas proprietárias das marcas esportivas dão ZERO lucro, as pequenas organizadoras vivem de alto volume e baixo lucro, as agências grandes têm provas que dão muito e outras que dão prejuízo. Era isso! Se você quiser ficar rico com corrida hoje, já tem que ser rico antes e investir muito dinheiro. Simples assim. Fonte: o ótimo blog Recorrido, do Danilo Balu.

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    Sobre o autor

    Marcos Almeida

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    Marcos Almeida é assessor esportivo, especialista em Ciência da Musculação e mestre em Ciência da Motricidade Humana.

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