Os erros dos institutos de pesquisa
Christiano 07/10/2014 11:31

Se as urnas mostraram surpresas e decepções de última hora, consagrando candidatos e mostrando o declínio de outros, muito se deve aos inúmeros erros dos institutos de pesquisa. Considerados os de maior renome, Ibope e Datafolha erraram grosseiramente nas pesquisas para presidente e para governador no Rio, no RS, na BA, em MG e em PE.

Para presidente, no Ibope, Aécio tinha 19% na antevéspera (22% dos válidos) da eleição, patamar no qual ficou muito tempo, subindo para 27% na véspera, após o debate da Globo no qual foi o melhor. As urnas lhe deram 34%, gritantes 7 pontos a mais. Dilma tinha 47% dos válidos na antevéspera e 46% na véspera. As urnas lhe deram 42%, 5 pontos a menos. A vantagem, pelo Ibope, de Dilma para Aécio na antevéspera era de 25 pontos percentuais. As urnas deram somente 8. Erro grosseiro.

O Datafolha cometeu as mesmas falhas graves. Nele, Aécio tinha 24% dos válidos na antevéspera da eleição, subindo para 26% na véspera. As urnas lhe deram 34%, gritantes 8 pontos a mais. Dilma tinha 45% dos válidos na antevéspera e 44% na véspera. As urnas lhe deram 42%, dentro da margem de erro. A vantagem, pelo Datafolha, de Dilma para Aécio na antevéspera era de 21 pontos percentuais. As urnas deram somente 8. Erro grosseiro.

No Rio não foi muito diferente. Para governador, no Ibope, Garotinho tinha 27% dos válidos na véspera da eleição e as urnas lhe deram 19,7%, gritantes 7 pontos a menos. Pezão tinha 37% dos válidos na véspera da eleição e as urnas lhe deram 41%, 4 pontos a mais. Crivella tinha 20% dos válidos na véspera e as urnas lhe deram 20,2%, no único acerto entre os principais candidatos. A vantagem de Pezão para o segundo colocado era de 10 pontos percentuais. As urnas deram 20. Erro grosseiro.

O Datafolha cometeu os mesmos erros grosseiros. Para governador, no Datafolha, Garotinho tinha 25% dos válidos na véspera da eleição e as urnas lhe deram 19,7%, 5 pontos a menos. Pezão tinha 36% dos válidos na véspera da eleição e as urnas lhe deram 41%, 5 pontos a mais. Crivella tinha 22% dos válidos na véspera e as urnas lhe deram 20,2%. A vantagem de Pezão para o segundo colocado era de 11 pontos percentuais. As urnas deram 20. Erro grosseiro.

Vinha acompanhando as pesquisas e era nítido o derretimento de Marina e Garotinho, assim como o crescimento de Aécio. Pela velocidade deste crescimento apontado nas pesquisas, acreditei que não haveria tempo suficiente para a virada. Errei e os dois viraram. As urnas mostraram que provavelmente não ocorreu uma super virada, mas sim um erro grosseiro nos números que devia vir já de mais tempo.

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    Christiano Abreu Barbosa

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