FUNÇÃO INTESTINAL: Além das funções básicas de digestão, absorção e excreção, o intestino (áreas absortiva com cerca de 250 m2,maior que uma quadra de tênis), temos ainda: função desintoxicante, endócrina, neurológica e imunológica. Interagindo e interferindo nestas 7 funções está a microbiota-intestinal ou” flora “intestinal" composta em grande parte de bactérias benéficas (ex: as que produzem vitaminas do complexo B, vitamina K, as que inibem o crescimento de fungos). Calcula-se que existem aproximadamente 100 trilhões de bactérias no nosso intestino, uma quantidade 10 vezes maior que as células do corpo humano. Denomina-se DISBIOSE INTESTINAL o desequilíbrio entre os micro-organismos que compões a “flora” intestinal, gerando uma condição extremamente desfavorável á saúde (aumento e bactérias “inimigas “ em relação as “ do bem”) que está relacionada a diversas patologias em estudos clínicos: Obesidade, S. Intestino irritável, acne no adulto, Doenças inflamatórias, Câncer, Psoríase, dentre outras. Lembrando que mais de 90% da serotonina, um dos principais neurotransmissores do organismo é produzida no intestino. Ainda que mais de 80% das células produtoras de anticorpos também são produzidos neste órgão. Alguns fatores como: mastigação insuficiente, excesso de carbohidratos refinados e produtos industrializados, uso indiscriminado de antibióticos e corticoides, toxinas ambientais, alérgenos alimentares e baixa ingestão de fibras diminuindo peristaltismo e diminuindo produção de ácido propiônico (um dos maiores combustíveis das células intestinais) geram como consequências: desequilíbrio da “flora” com alergias, depressão, má qualidade de digestão e absorção com subnutrição e patologias.
PREBIÓTICOS E PROBIÓTICOS
São alimentos funcionais que afetam beneficamente uma ou mais funções no organismo , gerando além de efeitos nutricionais adequados com relevância na melhora da saúde e bem estar assim como diminuição do risco de doença.
PROBIÓTICOS:
São microorganismos vivos, que quando administrados em quantidades adequadas , conferem benefícios a saúde do hospedeiro, principalmente regulando e melhorando imunidade. Existem diversos estudos demonstrando benefícios em patologias.
PREBIÓTICOS:
São ingredientes nutricionais não digeríveis que afetam beneficamente o hospedeiro , estimulando as bactérias benéficas do colos (probióticos). A fermentação desses prebióticos, libera produtos como ácidos graxos de cadeia curta, que são fontes de energia para células do intestino (colonócitos). Com isso ocorre melhora da absorção de vitaminas e minerais,; ex: FOS (presente na banana verde).
RELAÇÃO DE EQUILIBRIO DE FLORA INTESTINAL NOS ATLETAS
Durante atividades físicas prolongadas e extenuantes, há aumento da suscetibilidade ao stress físico, mental e oxidativo, a danos musculares e comprometimento do sistema imune, que quando associados a dieta inadequada, são fatores causadores de DISBIOSE INTESTINAL .
Alguns estudos em atletas demonstram a melhora dos níveis de Imunoglubulina a com certas cepas de probióticos com diminuição de episódios de infecção do aparelho respiratório superior e melhora na função imunitária comparados aos atletas-controle que não utilizaram probióticos. Possivelmente, atletas com fadiga crônica (overtraining), imunodeprimidos pelo stress, ou com deficiência de fibras na dieta, possam ser beneficiados com a suplementação de pré e probióticos (simbióticos). Atualmente existem simbióticos em saches, prebióticos em iogurtes, probióticos em leites fermentados de fácil acesso para o esportista.
No atleta em especial, é de suma importância ter um intestino saudável para que a oferta de nutrientes seja bem digerida, absorvida e metabolizada com eficácia assim como a manutenção do seu sistema imune. A alimentação deverá ser equilibrada, rica em substâncias anti-inflamatórias, anti-oxidantes e com o mínimo possível de alérgenos alimentares.
Dessa forma, o uso de PRÉ E PROBIÓTICOS poderão ser necessários para recuperação do equilíbrio intestinal com otimização na absorção de vitaminas , minerais, melhora da resposta imune, além da melhora de marcadores inflamatórios que certamente levarão á melhor recuperação em atividades de longa duração e/ou alta intensidade, podendo contribuir para melhora de performance e do rendimento esportivo
DR. REINALDO CAVALCANTE NUNES
MÉDICO ENDOCRINOLOGISTA E NUTRÓLOGO
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Sobre o autor
Marcos Almeida
[email protected]Marcos Almeida é assessor esportivo, especialista em Ciência da Musculação e mestre em Ciência da Motricidade Humana.