Percurso pesado desafia 3,7 mil atletas a encarar 140 km de aventura
Marcos Almeida 08/04/2014 19:49

Atletas de todo Brasil estarão em Florianópolis para se aventurar nos 140 quilômetros da corrida de revezamento Volta à Ilha ASICS, no próximo sábado, dia 12 de abril, com largada e chegada no trapiche da avenida Beira-Mar Norte. A prova exige espírito de equipe e estratégia na hora de definir quais trechos cada participante deve percorrer, pois existem percursos que só são vencidos com muita preparação. Com categorias que reúnem de duas a nove pessoas, a competição oferece opções para todos os gostos: trilhas, asfaltos, morros e areias de 25 praias do contorno da Ilha de Santa Catarina.

A preparação para o Volta à Ilha começa um ano antes da corrida. Para participar da prova, os atletas estudam o percurso com cuidado e definem com antecedência o trecho mais adequado para o perfil de um. A etapa considerada mais difícil é a da subida do Morro do Sertão, no Sul da Ilha. São 15 km de trecho, sendo 6 km a subida de um morro de 250 metros. “Quem escolhe correr esse trecho precisa estar muito bem preparado. As equipes costumam deixar essa parte para quem tem mais experiência”, explica idealizador da prova e diretor-presidente da Eco Floripa Eventos Esportivos, Carlos Duarte.

Apesar de a estrada do Morro do Sertão ser conhecida como a parte mais pesada, as dunas e trilhas também exigem muito fôlego. Quem escolhe correr por trilhas deve diminuir o ritmo e estar atento a possíveis surpresas. Já os que se preparam para longos trechos de dunas e areia, precisam estar com a resistência física em dia, principalmente os joelhos. “O Volta à Ilha é uma corrida de aventura que exige que o atleta saiba quais são as suas habilidades e limitações, e assim tente se superar e contribuir da melhor maneira para a equipe”, diz Carlos Duarte.

Também há trechos mais tranquilos, como os que passam pelos bairros tradicionais de colonização portuguesa, Santo Antônio de Lisboa e Sambaqui. Além de ter uma das vistas mais bonitas da Ilha, o cenário é composto por casas antigas e ranchos de pescadores. Ao chegar no fim desse trecho, depois de passar por uma parte da história de Santa Catarina, os corredores ainda têm 10 minutos de descanso para as pernas. Para chegar no próximo ponto da corrida, no Pontal da praia Daniela, os participantes fazem uma travessia de barco ou de banana boat.

O tempo para realizar a prova varia de acordo com as categorias. Ano passado, a equipe vencedora completou a volta na Ilha em 8h01min05s. Mas a maior parte dos inscritos tem como objetivo terminar a prova. A largada será entre às 4h15min e 7h30min, no trapiche da avenida Beira-Mar Norte, no centro da Capital.

Bastidores da corrida serão registrados em vídeo

Para registrar e trazer um pouco mais dos bastidores da prova, neste ano haverá uma cobertura de vídeo por meio de um link para a internet, que estará disponível no dia da corrida no site do Volta à Ilha, e um painel instalado no ponto de partida de chegada, no trapiche da avenida Beira-Mar Norte, em Florianópolis. A transmissão começa às 4h15min da madrugada, com imagens e conteúdo informativo sobre a prova, e segue até 20h. Haverá uma estrutura com duas ilhas de edição, câmeras e motos que irão se deslocar pelos 140 km do percurso para captar imagens ao longo do dia. O material também será disponibilizado para emissoras de TV via FTP (ferramenta de transferências de arquivos pela internet), com imagens em formato Full HD, ou seja, em alta definição.

Consolidação

Maior corrida de revezamento do Brasil, a primeira edição do Volta à Ilha foi em 1996, com 22 equipes participantes. Agora, 18 anos depois, são 400 equipes inscritas, e ainda é preciso fazer sorteio de vagas. Parte delas são reservadas àqueles que participaram sete anos ou mais, ou venceram alguma das provas da Eco Floripa no ano anterior. Além disso, a competição reúne atletas com diferentes perfis de preparos físicos, devido ao número de competidores por equipe e a diversificação das categorias. A faixa etária varia de 12 anos, na categoria Participação, até quem tem mais de 50, na Veterana.

Lixo produzido durante a corrida será encaminhado para reciclagem

A organização da corrida que toma emprestados 140 km do contorno da Ilha de Santa Catarina também está de olho na preservação das belezas naturais de Florianópolis. Todo o lixo produzido durante a prova, como copos descartáveis e latinhas, será recolhido e encaminhado a uma empresa de reciclagem. No regulamento também está previsto que os atletas que jogarem lixo fora dos locais adequados serão penalizados com acréscimo de tempo na cronometragem da prova.

Solidariedade

Parte do valor da inscrição de cada atleta é doada para a Sociedade Espírita de Recuperação, Trabalho e Educação - SERTE, localizada no bairro Cachoeira do Bom Jesus, em Florianópolis. A SERTE atende a 63 velhinhos no Lar Irmão Erasto e a 25 crianças no Lar Seara da Esperança. Tem ainda um educandário, o Lar de Jesus, para 120 alunos da comunidade.

Prêmios

A  edição da Revista Viagens e Turismo, de 2012, premiou o Revezamento Volta à Ilha ASICS como a 5ª melhor corrida do mundo. A Revista O2 entregou o troféu de “Evento de corrida mais admirado do Brasil”, nos anos de 2007, 2008 e 2009, ao organizador da prova, Carlos Duarte. Esse reconhecimento foi destacado também por outras importantes revistas especializadas do ramo. A Revista Mens´s Health a elegeu, em 2007, como a “Melhor Corrida do Brasil”. Em 2006 e 2007, os leitores da Revista Running Brasil consideraram a prova como o “Melhor Evento de Aventura” do país.

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    Marcos Almeida

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    Marcos Almeida é assessor esportivo, especialista em Ciência da Musculação e mestre em Ciência da Motricidade Humana.

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