Mudar é preciso
lucianaportinho 15/10/2013 09:34
Existem conceitos arraigados na população e principalmente naqueles que militam na política sobre as práticas e as condutas de quem quer ser candidato a qualquer cargo eletivo. Ultimamente, uma série de palavras e atitudes é tida como proibida para quem pretende entrar na política, tais como: não poder falar palavrão, não adjetivar pessoas ou instituições, etnias, posturas de vida de minoria, por ser politicamente incorreta. Não pode fumar em público, tampouco tomar uma bebidinha e ficar meio alegre, pois todos reparam. Não fica bem socialmente. Vigora um patrulhamento naquilo que o indivíduo fala, come ou bebe, ou seja, reina uma hipocrisia social e política. Querem construir uma falsa imagem do ser humano para vendê-la maquiada, estereotipada, engessada, polida e palatável. Quando as pessoas se deparam com o verdadeiro personagem se decepcionam, o miolo não corresponde à casca. Por produzirem uma imagem forjada, o cidadão comum começou a entender que o político é uma pessoa que deveria se situar acima do bem e do mal. Ao tomar conhecimento das práticas de muitos deles como a corrupção, por exemplo, o nosso cidadão se choca, se desencanta e generaliza para o senso comum de que todo aquele que faz política é necessariamente enganador, mentiroso e hipócrita. É preciso que se mudem esses conceitos e condutas, a nosso ver, nefastos e cujo resultado final é afastar aqueles bem intencionados que não compactuam em se travestir de santo, quando na verdade são humanos. O desejável nas pessoas sejam homens ou mulheres, é terem o direito – e dever – de mesmo ingressando na esfera da política, se manterem autênticas e não serem obrigadas a posar beijando criancinhas de colo, a estarem presentes em todo e qualquer aniversário, casamentos, velórios e enterros, só porque têm pretensões eleitorais. Amanhã é o Dia das Crianças. Devemos iniciar com essa mínima mudança como exemplo à formação do caráter de nossos futuros cidadãos, crianças hoje, às quais homenageio.
* Artigo de Makhoul Moussallem, publicado na Folha da Manhã, sexta-feira, 11/10. Makhoul é médico, Conselheiro do Cremerj (coordenador da seccional do norte fluminense) e membro do Conselho Federal de Medicina. Nas eleições de 2012 foi candidato, pela oposição, a prefeito de Campos. É pré-candidato a deputado federal em 2014. A partir de agora, reproduzirei seus artigos semanalmente para que possam tomar contato com seu modo de pensar..

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