Pra conferir
lucianaportinho 24/04/2013 11:08
[caption id="attachment_6102" align="alignleft" width="300" caption="Ft. Folha da Manhã"][/caption] Com menos 11 agremiações carnavalescas inabilitadas a receber recursos da prefeitura por prestações inadequadas ou intempestivas, na próxima sexta-feira, às 20h, tem início os três dias da folia oficial, o Campos Folia 2013. Pelo segundo ano consecutivo, o evento será no Centro de Eventos Populares (Cepop). Como da vez anterior, o Campos Folia 2013, abre os desfiles de cada dia com uma atração carnavalesca do Rio de Janeiro. Nesse ano, as três escolas de samba convidadas são a Grande Rio, a Unidos de Vila Isabel e a Unidos da Tijuca. Cada uma delas se apresentará na abertura de um dia da folia — sexta, sábado e domingo, respectivamente. Responsável pela organização do Campos Folia, a secretaria municipal de Cultura — através do secretário Orávio de Campos — promete um evento popular enxuto e bonito; entre blocos e escolas de samba, são 14 que vão à pista nesse ano, com uma nova agremiação. A Estação Primeira de Guarus estreia nesse ano sem recurso oficial. Uma das mudanças ocorridas foi a de não permitir que enredos sejam feitos para políticos, outra é a exigência de que cada bloco e escola possua a sua própria bateria — quando não a tenham e a trazem de outros municípios, deve estar adesivada, como prevê o regulamento. Orávio diz que não haverá nenhuma fantasia de TNT na passarela. Sob a liderança de Ariel Chacar — foi indicado formalmente por unanimidade das entidades para fazer a interface entre elas e o poder público — o desfile promete ser mais compacto. Está prevista a entrada de uma escola atrás da outra na pista. “Não há mais espaço entre elas, ao atingir a metade do trajeto tocará uma campainha para que a seguinte já se arrume no portão de acesso”, esclarece ele. O tempo máximo permitido é de 60 minutos para as escolas de samba do Grupo Especial, o menor tempo aceito é de 30 minutos, para os blocos do Grupo de Acesso. Também as escolas que tiverem menos de 500 figurantes perderão pontos como os blocos que desfilarem com menos de 300. “Estamos em um processo de depuração do Carnaval, já teve seu auge e conheceu a decadência”, diz Orávio que aponta o ressurgimento do que vai “sobrar”. “Vão ficar as entidades que entenderam a necessidade da profissionalização. Por terem paixão pelo que fazem os carnavalescos, brigam. Por ter vivido o lado como carnavalesco, eu os entendo. É uma atividade passional e como tal tem que gerar prazer. Se gera sofrimento, tem que ser revista”. Orávio atribui a decadência do Carnaval campista, ao afastamento gradativo da classe média dos festejos. “O Carnaval perdeu ímpeto, ficou favelizado. A mídia passou a dar destaque a outras programações, como o Carnaval de São João da Barra e as brincadeiras nas praias da região”. O secretário cita a falta de uma pista adequada como mais um dos complicadores anteriores para o desfile das escolas. “A cada ano o Carnaval era jogado de um lado para o outro”. A construção do novo Fórum, na beira rio, inviabilizou de vez o Carnaval lá. Orávio de Campos foi um dos defensores da construção do Cepop que ainda nos dias de hoje, recebe críticas por seu custo final elevado, em torno de R$ 80 milhões aos cofres municipais. “Penso que foi um avanço, desde a década de 70 discutia-se o assunto. E, afinal, a obra do Cepop foi mais rápida do que a mudança de valores nas cabeças dos carnavalescos”, frisa. Segundo o secretário, “Campos tem mais de 250 firmas de franquias doídas para investir. Basta que se estruturem, façam o seu marketing, precisam figurar na rede social. Essa dependência pela verba oficial é humilhante para as entidades carnavalescas. Nós temos, por exemplo, o Boi Zulu. Como esse boi não é conhecido na África”? “Há uma relação espúria das agremiações com a municipalidade: problemas repetidos na prestação de contas junto ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) geraram problemas insanáveis, nada pessoal. A auditoria comprovou que ainda tem gente que ‘compra’ nota”, lamenta. Luciana Portinho

Sob o título, "Na Passarela, só vai que se profissionalizar", capa da Folha Dois, domingo, 23 de abril.

 

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