Patrimônio na Câmara
lucianaportinho 11/04/2013 17:53
Por uma iniciativa do vereador Rafael Diniz, hoje em sessão especial, a Câmara Municipal de Campos debate o Patrimônio Histórico e Arquitetônico Municipal. A sessão legislativa é aberta à comunidade e tem início às 10h. O vereador entende que o assunto de a preservação do patrimônio histórico, ganhou maior urgência e destaque, pela demolição intempestiva do Casarão conhecido como “Chacrinha”, na primeira semana do ano em curso. Para o vereador, o rastro da demolição noturna do Casarão que estava protegido pela Lei de 31 de março de 2008, como um importante símbolo da chamada aristocracia urbana, reacendeu a necessidade da sociedade campista e autoridades municipais aprofundarem a discussão. “Quem está certo? Como cobrar do particular a manutenção da historia municipal? Qual o apoio da municipalidade? Tecnicamente, qual é a diferença entre tombamento e proteção?” estas são algumas das questões que requerem compreensão de todos e ação do executivo municipal, segundo Rafael Diniz.   Para a sessão de hoje foram convidados o secretário Municipal de Cultura e presidente do Conselho de Preservação do Patrimônio Municipal (Coppam) Orávio de Campos, a historiadora e professora Sylvia Paes, o professor e pesquisador - representante da sociedade civil no Conselho de Preservação do Patrimônio Arquitetônico Municipal (Coppam) — Leonardo Vasconcelos e o arquiteto Marcos Gonçalves. “Há uma lista de bens móveis municipais que são tombados ou protegidos pelo Coppam. O professor Leonardo quer levantar a questão de como arrumar outras formas de ajudar o proprietário a manter o imóvel histórico. O debate só está começando, apresentei um requerimento solicitando esta sessão especial, foi aprovado por unanimidade. O assunto não se esgota em um debate, se desdobrará em reuniões legislativas internas. Temos quatro anos para resolver, necessário começar”, diz Rafael. Os embates em torno da preservação do patrimônio municipal tem sido recorrentes em Campos. O mais recente episódio foi provocado pela ação noturna do desmonte, no primeiro sábado do ano, do histórico casarão, situado na esquina da rua Saldanha Marinho com a Treze de Maio, em pleno centro da cidade de Campos. Em uma série de reportagens a Folha da Manhã, ouviu as partes envolvidas. Através de uma Ação Civil Pública, o Ministério Público Estadual se manifestou pela interdição do espaço outrora ocupado pelo casarão e decidiu pela reconstrução do imóvel. A demolição foi destaque na edição da Folha Dois, na segunda-feira 07 de janeiro. Na ocasião, o professor e acadêmico Aristides Soffiati reafirmou o enquadramento da construção como uma possível última representante do tipo de construção narrada no livro do campista José Cândido de Carvalho, “O Coronel e o Lobisomem”. Também na mesma oportunidade Orávio de Campos reafirmou: “A chácara está protegida pela Lei 7972. É importante para a historicidade, pelo ponto de vista da cultura e do patrimônio arquitetônico”. Hoje, na sessão especial, o professor e pesquisador Leonardo Vasconcelos, através da projeção de imagens irá mostrar o quanto Campos já perdeu. O professor ressalta que de tempos em tempos há uma comoção, depois arrefece e cai no esquecimento. “As demolições por serem impunes geram outras, se sucedem em série. Agora estamos na fase aguda, esta reunião acontece motivada pela demolição do Chacrinha”. Luciana Portinho
Capa da Folha Dois de hoje, 11/04.
   

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