Belido e a possível volta do Monitor
Christiano 14/05/2011 00:56

O jornalista Guilherme Belido deu o seu ponto de vista sobre o possível retorno do Monitor Campista (mencionado aqui), em seu site Opinião. Concordo com o teor da clarividente abordagem de Belido. Faria só um adendo. A despeito da baixíssima circulação e da inexpressão comercial do Monitor quando fechou as portas, o jornal contava com uma forte e aguerrida redação.

Com relação a um possível retorno, realmente não faz sentido. É mais fácil montar um novo jornal. E, se for para uso político como especulado, um possível preço pago pela marca devalorizaria-se rapidamente com as edições tendenciosas do jornal. Veja abaixo a boa análise de Belido:

Volta do Monitor seria excelente....

Leio no Ponto de Vista (Christiano Abreu Barbosa) – que reproduz informação do jornalista Fernando Leite – sobre a possibilidade de um grupo vir a adquirir dos Diários Associados o título Monitor Campista e, naturalmente, relançar o jornal.

O retorno do Monitor às bancas seria algo excepcional não apenas para a Imprensa campista como, no geral, para o município. A criação (ou recriação) de órgãos de comunicação é sempre fato auspicioso, em especial quando se trata de jornais. Contudo, acho improvável.

Por que pagar por um título démodé... de um jornal que fechou com reduzido quadro de assinantes... e cuja tiragem de mil e poucos exemplares sobrava quase toda nas bancas?

Seria viável – claro – se a existência de jornais seguisse o rito de emissoras de rádio, que dependem de concessão pública. Aí a conversa é outra porque a aquisição, na prática, é da permissão. Jornal, não precisa. Obedece trâmites convencionais.

...Mas é improvável

Um rápido retrospecto embasa as observações acima – que gostaria que estivessem erradas.

Quando O Diário foi fundado, há cerca de dez anos, circulavam dois outros veículos em Campos (ambos de grande tradição e que em passado distante tiveram enorme importância) e que então já se encontravam mergulhados em lamentável decadência. Pelas circunstâncias – estando ou não à venda – seriam negociáveis.

Mas, a despeito de terem não apenas título, mas parque gráfico e imóvel próprios – para não dizer que bem ou mal estavam em atividade –, o grupo que fundou O Diário preferiu lançar um novo jornal a investir em órgãos desgastados. Os dois – A Notícia e A Cidade – não tardaram a fechar.

Saindo da esfera local, o Rio de Janeiro tem assistido, nas últimas décadas, ao surgimento de vários jornais. Mas em nenhum caso – repito, nenhum – vimos a volta do Correio da Manhã (um dos mais influentes jornais do país de todos os tempos), do Diário Carioca, do Diário de Notícias, de O Jornal ou da Última Hora, – para citar apenas os mais recentes.

* Apenas para ilustrar o texto, foto abaixo de Samuel Wainer quando acompanhava a impressão do 1º número da Última Hora, um jornal que revolucionou a Imprensa brasileira na década de 50.

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