A condenação de Garotinho à prisão
Christiano 25/08/2010 08:50

A sentença da Justiça Federal divulgada ontem, condenando Garotinho a 2 anos e meio de prisão por formação de quadrilha, além de condenar outros 9 réus, foi a mais nova derrota do ex-governador nos últimos meses, em um inferno astral que não parece ter fim.

Como bem disse recentemente o ex-aliado (mais um) Eduardo Cunha, deputado federal, desde que fez a malfadada greve de fome, em 2006, Garotinho nunca mais tomou decisões certas. Só remou contra a maré e o improvável, invariavelmente naufragando.

Iria até mais atrás. Começou em 2004, quando tentou vencer a todo custo as eleições para prefeito de Campos com Pudim. Perdeu para Carlos Alberto Campista, candidato do então prefeito Arnaldo Vianna, e usou a máquina de tal maneira (tal como Arnaldo) que foi condenado em 2005 à inelebigilidade em 1ª instância. A sua sentença foi revertida depois pelo TRE.

Em março de 2006, nas eleições suplementares para prefeito, perdeu novamente com Geraldo Pudim, desta vez para Alexandre Mocaiber, então prefeito interino, apoiado por Arnaldo. Pouco depois, veio a greve de fome e o veto à candidatura à Presidência.

Apenas em 2008 Garotinho conseguiria uma vitória. Com uma campanha perfeita e irretocável, elegeu Rosinha prefeita de Campos, derrotando Arnaldo, então considerado imbatível nas urnas. O segredo: Garotinho sumiu do vídeo e dos microfones. Ficou só na estratégia política e, digamos, econômica, pontos fortes seus.

Achando que esta vitória seria o seu trampolim de volta ao cenário político nacional, Garotinho superestimou as suas forças. Contrariando toda a lógica e o seu grupo político, partiu para uma pré-campanha suicida para o governo do estado, enfrentando Cabral e as máquinas federal, estadual e do município do Rio.

Era um roteiro de final mais previsível que um filme de Stallone. Viu o sistema, do qual já usufruiu várias vezes, se voltar contra ele, entrando no olho do furacão.

Resultado: Rosinha cassada em maio pelo TRE, afastada da Prefeitura de Campos logo depois e tornada inelegível. Na mesma sentença o ex-governador foi condenado também a inelegibilidade e virou ficha suja. Sua filha, Clarissa, vereadora no Rio, quase perdeu o mandato por infidelidade partidária, o que, a bem da verdade, seria uma injustiça.

Agora, vira chefe de quadrilha com a sentença da Justiça Federal e é condenado, pela primeira vez, à prisão, ainda que caiba recurso e ainda que a pena tenha sido revertida para serviços comunitários.

Garotinho já devia ter aprendido que política é para gente grande.

Atualização às 16h23 de 25/08/2010: Para compreender melhor a decisão da justiça, recomendo a leitura aqui do blog Opiniões, de Aluysio Abreu.

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