Devido a aplicação nem sempre muito correta do poder público dos royalties em Campos e nos demais municípios da região, há quem até comemore a perda dos royalties, como se isto fosse punir os políticos daqui. No meu ponto de vista, é um raciocínio de pouca visão.

Puniria sim os políticos que participam dos royalties através de corrupção e desvios.  Porém, estes mesmos políticos acharão caminhos para desvios em outros repasses ou então mudarão o local de garimpo. Até porque, infelizmente, eles não são muitos diferentes dos de Brasília, Rio, São Paulo ou Maranhão.

Uma redistribuição nos royalties nos moldes propostos puniria acima de tudo a população destes municípios e quem daqui tira o seu sustento. Em Campos, por exemplo, com um 1/5 do orçamento atual, a cidade veria o fechamento de várias empresas, lojas, agências bancárias, imobiliárias, construtoras, concessionárias e agências de veículos, entre outros, gerando enorme perda de empregos e de renda.

Basta ver o baque que a economia local sente quando acontece uma crise na Prefeitura, como houve na demissão dos terceirizados, nas constantes mudanças de governo devido às interferências da justiça e na recente queda nos royalties por causa da crise mundial.

A Confederação Nacional dos Municípios exibe, em seu site, uma lista com todos os municípios que perderiam caso a emenda 387, de autoria do deputado Ibsen Pinheiro, seja transformada em lei. A emenda faz parte do projeto de lei 5.938/09, que visa uma nova distribuição dos royalties do petróleo.

A lista é ordenada alfabeticamente por estado e por município. Veja aqui a lista completa e veja abaixo o tamanho da perda para Campos, que perderia em seu orçamento anualmente R$ 1,2 bilhões, e para os demais municípios da região. Todos estes municípios veriam suas economias entrarem em colapso.